Subhi al-Khadra nasceu em Safad. Completou sua educação primária na escola anexa à Mesquita Vermelha Zahiri, em Safad, e depois estudou no Colégio Salahiyya, em Jerusalém, concluindo o ensino secundário no Maktab Sultani, em Beirute.

Ingressou na Academia Militar de Istambul, formando-se como oficial. Durante a Primeira Guerra Mundial, serviu no exército otomano nas frentes do Sinai e de Suez e foi, por um período, prisioneiro das forças britânicas. Em seguida, juntou-se à Revolta Árabe contra o domínio otomano, que havia começado no Hijaz. No acampamento do príncipe Faisal, participou de várias batalhas no sul da Transjordânia e esteve na vanguarda das forças árabes que entraram em Damasco, em outubro de 1918. Durante o governo do príncipe Faisal na Síria, foi nomeado vice-diretor de segurança geral e, posteriormente, diretor e assistente de Faisal. Lutou na Batalha de Maysalun contra as forças francesas invasoras, em julho de 1920, e foi condenado à morte pelas autoridades francesas.

Após a queda do governo de Faisal na Síria, uniu-se ao príncipe Abdullah na Transjordânia e, mais tarde, voltou a se juntar a Faisal após sua nomeação como rei do Iraque, em 1921, servindo no exército iraquiano na região de Mossul.

Subhi al-Khadra retornou à Palestina em 1925 e, devido à sua experiência militar, ingressou na Polícia Britânica, sendo nomeado vice-comandante da unidade de combate ao contrabando. Utilizou sua posição para contrabandear armas para os rebeldes na Síria e rapidamente se tornou o elo entre os líderes da Revolta Síria no norte e os nacionalistas da Transjordânia e da Palestina.

Deixou a Polícia Britânica em meados de 1927 e retornou a Safad, onde se destacou por sua atuação na mobilização do sentimento nacionalista, tornando-se uma das figuras mais proeminentes desse movimento.

Após o Sétimo Congresso Nacional Palestino, realizado em Jerusalém, em junho de 1928, foi escolhido como membro do Comitê Executivo Árabe. O presidente do comitê, Musa Kazim Pasha Husseini, pediu-lhe que administrasse o escritório do comitê em Jerusalém. Paralelamente, matriculou-se nos cursos de direito de Jerusalém, formando-se advogado em 1932.

Participou da conferência nacional árabe realizada em 13 de dezembro de 1931 na casa de Awni Abd al-Hadi, em Jerusalém. Em 2 de agosto de 1932, foi um dos signatários do anúncio oficial que restabeleceu o Partido da Independência, tornando-se um de seus principais líderes.

Foi nomeado diretor dos awqaf de Acre por Haj Amin al-Husseini, servindo nesse cargo de 1932 a 1934, e tornou-se procurador-geral dos awqaf em 1935.

Após a eclosão da Grande Revolta Palestina, em abril de 1936, os britânicos prenderam Subhi al-Khadra, que foi inicialmente detido no campo de Sarafand, perto de Lida, e depois transferido para o campo de Awja al-Hafir, próximo à fronteira com o Egito. Foi libertado apenas quando a greve geral terminou, em novembro daquele ano. Durante sua detenção, frequentemente fazia declarações incentivando o povo a continuar a luta.

Retomou a advocacia, mas permaneceu sob vigilância britânica. Foi preso novamente em 1937 e encarcerado na fortaleza de Acre. Após sua libertação, foi detido uma terceira vez e enviado para as prisões de Jerusalém, Atlit e Acre. Após sua libertação, em 1940, foi colocado em prisão domiciliar em Jerusalém e proibido de retornar a Safad.

De volta à advocacia, concentrou seus esforços em impedir que terras árabes fossem vendidas para instituições sionistas. Com esse objetivo, junto de seus colegas Awni Abd al-Hadi e Rashid al-Haj Ibrahim, preparou um memorando dirigido aos reis e presidentes árabes intitulado “Memorando sobre a Questão da Terra na Palestina”, que defendia a criação de um fundo árabe para salvar terras em risco de serem vendidas a sionistas.

No outono de 1947, foi escolhido para representar a Palestina no Comitê Militar da Liga Árabe, encarregado de supervisionar os combates na Palestina. Esse comitê confiou-lhe a missão de adquirir armas no Egito e na Líbia e enviá-las à Palestina, atividade que continuou até junho de 1948.

Após a Nakba, refugiou-se em Damasco, onde, em outubro de 1949, foi nomeado diretor do Instituto dos Refugiados Árabes Palestinos, criado pelo governo sírio no início daquele ano para supervisionar os assuntos dos refugiados palestinos na Síria. Pouco depois, deixou o cargo oficial e retornou à advocacia.

Subhi al-Khadra foi um nacionalista ativo e inflexível, de vasta cultura e caráter íntegro, sempre presente nas primeiras fileiras de qualquer iniciativa ou atividade nacionalista. Em conferências nacionais, costumava repetir a frase: “Estamos aqui para fazer muito e falar pouco.” Outra de suas frases célebres foi: “A Grã-Bretanha é a fonte de todo o mal e a principal causa de nossas desgraças.”

Faleceu em Damasco, em 4 de julho de 1954, onde foi sepultado.

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Last Update: 16/03/2025