Para salvar ‘democracia’, esquerdista pede perseguição e censura

Uma parte da esquerda nacional já se enveredou completamente pelo caminho do apoio à ditadura do Judiciário. Em sua “cruzada” contra o suposto fascismo dos bolsonaristas, tornaram-se líderes de torcida do STF e defendem todas as barbaridades praticadas pelos “togados”, acreditando que essa perseguição jurídica abusiva irá beneficiá-los no fim das contas.

O articulista Joaquim de Carvalho expressa essa posição em sua coluna para o sítio Brasiil 247 intitulada “A mentira para anistiar os golpistas: Fãs de Bolsonaro e Brilhante Ustra denunciam violação dos direitos humanos”.

A crítica de Carvalho vai para um grupo formado pela Comissão dos Direitos Humanos do Senado, presidida pela Senadora bolsonarista Damares Alves. O objetivo deste grupo é, segundo relata o autor, “visitar os presos que praticaram os atos terroristas de 8 de janeiro de 2023”, com o objetivo de “verificar as condições carcerárias desses presos, diante de uma onda de postagens que acusam o Estado brasileiro de violação de direitos humanos”.

Não há nada de errado na proposta da Comissão. Embora seja uma demagogia da extrema-direita, que acredita que presos e “bandidos” mereçam o pior tratamento possível vindo do Estado, a função de uma comissão de direitos humanos deveria ser exatamente a de visitar os presídios e ver a situação dos detentos. Nesse caso, é ainda mais natural, pois, do ponto de vista dessa direita (e até de um ponto de vista factual), essas pessoas são presos políticos.

Carvalho continua e faz uma suposta denúncia de que há toda uma campanha feita pela extrema-direita a fim de denunciar os maus tratos que esses presos estariam recebendo nas prisões brasileiras. Segundo Carvalho, o objetivo desses direitistas seria o de “tentar passar a imagem de que o Brasil não é um país democrático”. Embora deva ser lembrado que esse setor nunca defendeu de fato os direitos democráticos da população e que Bolsonaro se beneficiou do golpe de Estado de 2016 ao se eleger presidente da República, não se pode negar que a denúncia é verdadeira: o Brasil se tornou praticamente uma ditadura, controlada pelo Poder Judiciário.

Ainda que seja uma hipocrisia da parte da extrema-direita denunciar essa ditadura, pois eles mesmos a apoiariam caso fosse contra seus inimigos políticos, a hipocrisia é ainda maior em se tratando da esquerda, cuja política deveria ser a de denunciar e combater as medidas ditatoriais do STF, as quais se revelarão as mais duras possíveis contra a classe operária.

O articulista afirma que a campanha seria uma “fraude” pois tem a intenção de “passar a imagem de que o Brasil não é um país democrático”. A afirmação mostra que o articulista simplesmente não compreende a gravidade das arbitrariedades cometidas pelo STF nos últimos anos.

A crítica feita por ele é que pessoas como Damares e seus apoiadores são os defensores de ideias como “bandido bom é bandido morto”, o que invalidaria sua tentativa de defender melhores condições carcerárias para os manifestantes do 8 de janeiro. Embora a contradição seja verdadeira, é totalmente absurdo que a esquerda ignore os abusos cometidos durante o processo de encarceramento dessas pessoas.

Durante a perseguição aos manifestantes do 8 de janeiro, foram cometidas diversas irregularidades jurídicas, como o julgamento em massa, condenando pessoas por crimes de associação, a utilização abusiva da prisão preventiva, o que implica em diversas pessoas estando na prisão há anos sem ainda terem sido julgadas, e a condenação absurda, sob a falsa tese de que estes teriam cometido uma tentativa de golpe de Estado. Alguns indivíduos foram condenados a quase 20 anos de cadeia simplesmente por terem participado de uma manifestação em Brasília.

Além disso, deve-se ressaltar que, para além da quantidade absurda de irregularidades jurídicas cometidas contra esses manifestantes, uma vez presas, essas pessoas têm todo o direito de exigirem, primeiramente, sua liberdade, e também, serem mantidas presas em condições humanas.

É absurdo que a esquerda, para atingir seus inimigos políticos, não permita que um setor cobre da sociedade condições humanas nas prisões. Se Damares não teria esse direito e se a denúncia dos maus tratos aos prisioneiros do 8 de janeiro (os quais resultaram, inclusive, na morte de um homem), como que serão tratadas essas questões quando, eventualmente, militantes e manifestantes de esquerda forem perseguidos pelo Judiciário e também encarcerados? E como devem ser tratados os presos comuns, acusados de crimes como tráfico, roubo, assassinato, etc.?

Joaquim de Carvalho afirma que “esse movimento na rede social é para criar o ambiente favorável à garantia de impunidade para os que, efetivamente, atentam contra a liberdade e os direitos humanos”. Uma afirmação totalmente absurda porque os manifestantes do 8 de janeiro não cometeram nenhum atentado contra os direitos humanos. Eles estão sendo, na verdade, privados de seus próprios direitos.

Em uma política criminosa, vê-se um setor da esquerda defendendo censura e perseguição contra seus inimigos políticos sob a justificativa de que o Brasil é democrático e não é uma ditadura, algo totalmente sem sentido. Essa política irá levar a esquerda a uma falência política total diante da população, que assiste horrorizada aos absurdos cometidos pelo poder Judiciário.

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