O presidente Lula (PT) vinculou, nesta terça-feira (2), às altas taxas de câmbio nos últimos dias com um movimento especulativo contra a moeda nacional. Para contrabalançar o cenário, o chefe de Estado afirmou que realizará uma reunião com assessores. Ontem (1), a moeda alcançou o valor de R$ 5,65, o maior desde janeiro de 2022.
“Claramente, me preocupa essa subida da taxa de câmbio, é uma especulação. Há um jogo especulativo contra a moeda no país”, declarou o presidente, em entrevista à Rádio Sociedade, em Salvador (BA). “Tenho conversado com as pessoas, [sobre] o que vamos fazer, estou voltando [para Brasília] na quarta-feira [3], e temos uma reunião. Não é normal”, acrescentou.
O presidente explicou ainda que não deve revelar as possíveis soluções para conter a valorização da taxa de câmbio. “Temos de fazer alguma coisa. Não posso falar, senão estou alertando meus adversários. Mas, se pegar dados da economia, vai perceber que o PIB [Produto Interno Bruto] está crescendo mais do que a previsão do mercado, o desemprego cai mais do que a previsão do mercado, a massa salarial cresce mais do que a previsão do mercado”, pontuou.
Na ocasião, Lula rejeitou a ideia, levantada por especialistas da grande mídia, de que as subidas da taxa de câmbio têm relação com suas declarações dadas em entrevista sobre o Banco Central (BC) e o cenário político do país.
“Semana passada, dei entrevista no Uol. Depois da entrevista, alguns especialistas falaram que a taxa de câmbio subiu ‘por conta da entrevista do Lula’. Fomos descobrir que a taxa de câmbio tinha subido 15 minutos antes da minha entrevista”, argumentou.
O petista voltou, inclusive, a criticar a atuação do presidente do BC, Roberto Campos Neto. “Efetivamente eu acho que ele tem um viés político (…) O Banco Central é um banco do Estado brasileiro que tem que cuidar da política monetária. Ele não pode estar a serviço do sistema financeiro. Ele não pode estar a serviço do mercado”, disse.
Ainda sobre o mercado, Lula disse que não existem motivos para “terem medo de que vai acontecer coisa errada”. “É preciso cuidar dos gastos públicos e ninguém cuidou melhor do que eu”, declarou.
Leia também: