
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) suspendeu os voos da companhia aérea Voepass a partir desta terça-feira (11) por falta de segurança nas operações. A decisão foi divulgada no início da madrugada pela agência reguladora.
Desde o acidente com um avião da Voepass em Vinhedo (SP) no ano passado, que resultou na morte de 62 pessoas, a Anac intensificou a fiscalização sobre a empresa. No entanto, segundo a agência, a companhia não conseguiu “solucionar irregularidades identificadas”.
Entre as exigências não atendidas estão a redução da malha aérea, incluindo a frequência de voos, e o aumento do tempo das aeronaves no solo para manutenção. A Voepass conta com seis aeronaves e operava em 15 localidades com voos comerciais, além de duas com contratos de fretamento.
“A Anac determinou a suspensão das operações da empresa até que seja evidenciada a retomada de sua capacidade de garantir o nível de segurança previsto nos regulamentos vigentes”, informou a agência em nota.
A Anac também destacou que a suspensão tem caráter cautelar (provisório) e será mantida até que a companhia “comprove a correção de não conformidades relacionadas ao sistema de gestão previstas em regulamentos”.
Posição da Voepass
Em nota, a Voepass, formada pela Passaredo Transportes Aéreos e pela Map Linhas Aéreas, afirmou que “sua frota em operação é aeronavegável e apta a realizar voos seguindo as rigorosas exigências de padrões de segurança”.
A empresa também informou que “iniciou as tratativas internas para demonstrar, conforme solicitado, sua capacidade de garantir os níveis de segurança exigidos pela agência reguladora”.

Medidas exigidas pela Anac
Em outubro de 2024, a Anac determinou que a Voepass adotasse uma série de medidas, incluindo a redução da malha aérea, o aumento do tempo de solo das aeronaves para manutenção, a troca de administradores e a execução de um plano de ações para a correção de irregularidades.
De acordo com a Anac, no final do mês passado, após uma nova rodada de auditorias, foi identificada a “degradação da eficiência do sistema de gestão da empresa em relação às atividades monitoradas e o descumprimento sistemático das exigências feitas pela agência”.
Além disso, a agência constatou a reincidência de irregularidades apontadas e consideradas sanadas em ações de vigilância e fiscalização anteriores, além da falta de efetividade do plano de ações corretivas.
“Ocorreu, assim, uma quebra de confiança em relação aos processos internos da empresa devido a evidências de que os sistemas da Voepass perderam a capacidade de dar respostas à identificação e correção de riscos da operação aérea”, reforçou a agência.
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