Nos últimos 12 meses, 37,5% das mulheres disseram ter sofrido algum tipo de violência, segundo a quinta edição da pesquisa “Visível e Invisível: a vitimização de mulheres no Brasil”, realizada pelo Datafolha a pedido do Fórum Brasileiro de Segurança Pública e divulgada nesta segunda-feira 10. Por projeção, esse universo corresponde a 21,4 milhões de pessoas.

A prevalência das mulheres vítimas de violência mais que dobrou em relação a 2017, ano da primeira edição. Naquela ocasião, 19,4% relataram ter sido vítimas de agressões praticadas por marido, namorado ou companheiro. Agora, são 40%.

Neste ano, a maior fatia (31,4%) se disse alvo de insultos, humilhações e xingamentos e 16,9% afirmaram ser vítimas de batidas, empurrões ou chutes. Outros 16,1% disseram ter sofrido ameaças de apanhar, chutar ou empurrar, mesmo índice das que apontaram perseguição e amedrontamento. Além disso, 10,4% afirmaram ter sofrido ofensa sexual ou tentativa forçada de relação sexual.

A pesquisa ainda colheu relatos de mulheres alvo de lesão provocada por objeto atirado (8,9%), espancamento ou tentativa de estrangulamento (7,8%), ameaça com faca ou arma de fogo (6,4%) e tiro ou esfaqueamento (1,4%).

Mais da metade das mulheres (57%) disse que a violência ocorreu dentro de casa — 67% também declararam que as agressões foram praticadas por parceiro ou ex-parceiro íntimo.

O levantamento mostra que a maior parcela de mulheres alvo de violência no último ano (47,4%) não procurou ajuda nem responsabilização após o episódio. Por outro lado, 19,2% buscaram ajuda da família, 15,2% de amigos e 14,2% em uma Delegacia da Mulher, enquanto 6% foram atrás de auxílio na igreja.

A pesquisa ouviu 1.040 entrevistadas a partir dos 16 anos em 126 municípios de pequeno, médio e grande porte de todo o País, entre 10 e 14 de fevereiro. Dessas, 793 responderam às questões específicas sobre vitimização, cuja margem de erro é de três pontos percentuais.

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Last Update: 10/03/2025