O Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs (IODE-PMEs) aponta que o faturamento das pequenas e médias empresas brasileiras cresceu 4,5% em 2024 na comparação anual.
No quarto trimestre, o índice registrou alta de 3,3% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Esse crescimento superou o avanço do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, que foi de 3,5%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Destaques por setor
O comércio foi o principal motor do crescimento das PMEs em 2024, registrando um avanço de 8,1%.
O setor apresentou recuperação a partir do segundo trimestre do ano anterior, impulsionado pelo aumento do consumo.
No atacado, a alta foi de 9%, enquanto o varejo cresceu 6,4%, com destaque para alimentos, bebidas e produtos de higiene.
O setor de serviços também teve expansão, com crescimento de 2,5% no ano, apesar de sinais de desaceleração nos últimos meses.
O aumento da contratação de trabalhadores formais esteve concentrado nesse segmento, especialmente em atividades financeiras, transporte, saúde e tecnologia.
Na indústria, o crescimento foi de 2,2%.
No entanto, houve retração de 1,5% no quarto trimestre.
Apenas 11 dos 23 subsetores industriais acompanhados pelo índice tiveram alta no período. Entre os destaques estão equipamentos de transporte, máquinas e materiais elétricos.
O setor de infraestrutura fechou o ano com leve alta de 0,8%.
Após um primeiro semestre de quedas, o setor retomou o crescimento a partir de agosto, impulsionado pelos segmentos de eletricidade e serviços especializados para construção.
Crescimento regional
O desempenho das PMEs variou entre as regiões do país.
As maiores altas foram registradas no Sul (+8,4%) e no Nordeste (+8,3%).
No Sudeste, o crescimento foi mais moderado, com alta de 3,7%.
Por outro lado, o Centro-Oeste ficou praticamente estagnado (+0,1%).
Já no Norte, houve uma retração mais expressiva, com queda de 10,4%.
Perspectivas para 2025
A projeção para 2025 indica um crescimento mais moderado, de 2,4%.
Esse resultado esperado reflete desafios macroeconômicos, como a alta da inflação e a elevação da taxa de juros pelo Banco Central.
Por outro lado, fatores como a manutenção do desemprego em patamares historicamente baixos (6,1%) e a continuidade do poder de compra das famílias podem sustentar o crescimento em alguns segmentos, como serviços e varejo.
No entanto, setores mais dependentes de crédito, como a indústria e a construção civil, podem sentir impactos negativos ao longo do ano.
O cenário externo também traz incertezas.
Tensões geopolíticas e mudanças na política econômica dos Estados Unidos sob a nova administração podem influenciar a economia global.
Internamente, o andamento das reformas fiscais e tributárias será um ponto de atenção para as PMEs em 2025.