O comitê independente formado para investigar a fraude contábil de 25,3 bilhões de reais na Americanas concluiu seu trabalho no último domingo 30 e, após finalizar a compilação dos resultados, enviará o material ao Conselho de Administração da varejista.
Em um comunicado ao mercado nesta segunda-feira 1º, o comitê afirma que suas análises não serviram de base para o trabalho da Polícia Federal que resultou na Operação Disclosure, deflagrada em 27 de junho para apurar o papel de ex-diretores da Americanas na fraude.
O comitê diz ter finalizado, ao longo de um ano e meio:
- a revisão de 1,2 milhão de documentos únicos;
- cerca de 250 entrevistas com funcionários, ex-funcionários e terceiros;
- o processamento de mais de 74 terabytes de dados;
- a preservação de dados estruturados de 11 sistemas corporativos; e
- a preservação de cerca de 2.300 fontes corporativas de dados não-estruturados de aproximadamente 360 custodiantes.
Na lista de entrevistados estão o empresário Carlos Alberto Sicupira, um dos acionistas de referência; o ex-CEO João Paulo; e o ex-diretor financeiro Luís Carlos.
Os resultados chegarão ao Conselho de Administração nas próximas semanas.
Na manhã desta segunda, a ex-diretora Maria José, considerada uma das principais envolvidas na fraude, retornou ao Brasil após a Justiça revogar sua ordem de prisão. Ela estava em Portugal, voltou a São Paulo e entregou seu passaporte à Polícia Federal.
Já João Paulo foi solto no sábado 29 em Madrid, após prestar depoimento às autoridades espanholas. Ele havia sido preso um dia antes pela polícia local.