Rafaella Siqueira e Judson Moura, ambos de 37 anos, se conheceram pelo aplicativo ‘Amor em Cristo’ e hoje estão casados. Foto: Divulgação

O crescimento de aplicativos de relacionamento tem levado jovens religiosos a buscar “um compromisso para a vida toda” em plataformas voltadas exclusivamente para o público cristão. Esses apps, que propõem encontros mais comprometidos e respeitando princípios de fé, vêm encontrando terreno fértil entre solteiros que rejeitam o estilo mais casual de outras ferramentas. As informações são de reportagem do O Globo.

Enquanto figuras como a jornalista Rafaella Siqueira, de 37 anos, encontram no “Amor em Cristo” uma alternativa para fugir de “encontros casuais”, outros seguem a mesma linha de pensamento. “A gente sabe o quão difícil é achar alguém que deseje compromisso”, comenta ela, que se casou com o então namorado, conhecido na plataforma, e atualmente tem duas filhas fruto dessa união.

Existe uma variedade de apps cristãos para diferentes vertentes, como católicos, evangélicos, adventistas e até grupos específicos dentro da Igreja Universal. Um exemplo é o “Quero Te Conhecer”, desenvolvido pela própria denominação. Na maioria deles, o usuário precisa informar sua frequência aos cultos e a forma preferida de adoração. “Nós, com valores católicos, guardamos a castidade até casar”, diz Ester Natalí Ferreira, que conheceu seu marido no aplicativo Caná.

Entre os líderes religiosos, há quem veja com bons olhos o uso da tecnologia para facilitar encontros e agregar fiéis, mas também há resistência. O bispo Robson Rodovalho, da Sara Nossa Terra, conta que, ao criar um site de namoro anos atrás, enfrentou dificuldades: “A maioria dos contatos era de pessoas mal-intencionadas. Acabamos facilitando o acesso do lobo à ovelha”.

O aplicativo Caná uniu a paulista Ester e o pernambucano Diogo namoro após um mês. Foto: Divulgação

Nem todos os apps, porém, são abertos a todos os perfis. No Caná, por exemplo, divorciados sem anulação do matrimônio anterior na Igreja Católica enfrentam restrições. “O aplicativo tem como missão que cada vez mais jovens casem e tenham filhos, formando famílias nos valores cristãos”, explica o idealizador Ricardo Sá.

Para o pastor e professor de Teologia Andrea Musskopf, esses aplicativos buscam romper o estigma de que se deve aguardar passivamente por um relacionamento: “Eles oferecem aos fiéis uma oportunidade de viver a sexualidade mais pura, mas também atendem à cobrança para que cristãos se relacionem só com pessoas da fé”. Já o pastor Nelson Júnior, criador do perfil “Escolhi Encontrar” no Instagram, defende que uma maior abertura pode facilitar a busca por um “amor cristão”.

Com propostas como “Eden”, “Química Cristã” e “Gospel Love”, a tendência deve continuar em alta, oferecendo ferramentas de match personalizadas e conteúdos religiosos. “Não é fácil encontrar alguém que compartilhe a mesma fé e os mesmos valores”, resume a dentista Mariana Fabris, que enxerga nos apps cristãos a esperança de atender a um chamado duplo: o amor terreno e a devoção a Deus.

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Last Update: 09/03/2025