Mesmo com avanços nas últimas décadas, a igualdade de gênero no mercado de trabalho ainda é um desafio.
Segundo o Censo Demográfico 2022, as mulheres representam 51,5% da população brasileira. No entanto, apenas 38% ocupam posições de liderança, conforme estudo da FIA Business School divulgado na Forbes.
Desempenho da liderança feminina
A pesquisa revelou que, em diversos aspectos, a liderança feminina é melhor avaliada que a masculina.
Para 50% dos entrevistados, CEOs mulheres foram consideradas excelentes, enquanto os homens tiveram 43% na mesma avaliação. Já em relação à confiança nos líderes, elas alcançaram 79%, contra 72% dos homens.
Estereótipos e diferenças na comunicação
Apesar do desempenho positivo, estereótipos ainda influenciam a percepção sobre a liderança feminina.
Mulheres são vistas como mais propensas a valorizar a proximidade, enquanto os homens são caracterizados como mais conservadores e focados em resultados.
Segundo a especialista em comunicação assertiva e oratória, Valdireni Alves, essa diferença está no modo de se expressar.
“Homens tendem a ser mais diretos e objetivos. Já as mulheres utilizam mais detalhes, enfatizam a emoção e buscam conexões mais profundas, mesmo em assuntos profissionais”, explica Valdireni.
A importância da comunicação assertiva
Para Valdireni, mulheres que se comunicam de forma clara, objetiva e confiante se posicionam melhor como líderes.
“Comunicação é poder. Em um ambiente onde as mulheres enfrentam interrupções constantes e precisam provar competência, dominar a oratória faz toda a diferença”, destaca.
Ela ressalta que a comunicação eficaz aumenta a credibilidade, gera respeito e inspira outras mulheres a ocuparem mais espaços no mercado.
Equilíbrio emocional e liderança
A forma como líderes lidam com emoções também impacta a comunicação.
Mulheres costumam ser mais afetuosas, enquanto homens tendem a ser mais diretos.
Segundo Valdireni, a inteligência emocional pode ser uma aliada na comunicação.
“A demonstração de sentimentos gera conexão e empatia, mas, quando exagerada, pode transmitir insegurança”, alerta.
Cinco dicas para uma comunicação assertiva
Para ajudar mulheres a se expressarem melhor, Valdireni Alves lista cinco dicas práticas:
- O óbvio precisa ser dito
Fale claramente o que deseja. Em comunicação, nada deve ser considerado óbvio. - Fale com segurança
Evite expressões como “acho que” ou “desculpa incomodar”. Use uma linguagem firme e objetiva. - Use o tom de voz certo
Encontre um equilíbrio entre firmeza e cordialidade. Nem agressivo, nem passivo. - Aprenda a dizer “não” sem culpa
Não é preciso justificar demais. Um simples “isso não está nas minhas prioridades no momento” já basta. - Use mais pontos e menos vírgulas
Pontue corretamente e respire entre frases. Seja clara e direta.
A comunicação assertiva é uma ferramenta poderosa para fortalecer a presença feminina no mercado. Desenvolver essa habilidade pode abrir portas e garantir maior reconhecimento profissional.