O presidente Lula (PT) consolida, nesta segunda-feira, duas trocas em pastas importantes da Esplanada dos Ministérios à luz de uma reforma ministerial especulada há meses. O mandatário dará posse a Alexandre Padilha (SP) como ministro da Saúde e a Gleisi Hoffmann (PR) como chefe da Secretaria de Relações Institucionais.

A cerimônia ocorrerá no Palácio do Planalto. Padilha, que estava à frente da SRI desde o início da gestão petista, será realocado para o ministério chefiado até 25 de fevereiro pela socióloga Nísia Trindade. Gleisi, por sua vez, assumirá o comando da pasta anteriormente liderada pelo colega petista.

Ex-ministro da Saúde sob Dilma Rousseff, o médico e deputado federal licenciado enfrentou intensas críticas pelo relacionamento que manteve com o Congresso Nacional. À frente da articulação política do governo, Padilha esteve na mira do Centrão pelo que congressistas consideravam falta de traquejo político para lidar com as demandas desse grupo.

Gleisi, portanto, assume a SRI com o desafio de azeitar a relação com o Legislativo, principalmente em meio à queda de popularidade de Lula e um movimento capitaneado por partidos aliados de deixar a base do governo. A escolha da petista foi uma surpresa para o mundo político, uma vez que ela era cotada para assumir a Secretaria-Geral da Presidência.

Para assumir o cargo nesta segunda, a deputada teve de se afastar da presidência nacional do PT, sigla que comandava desde 2017. O bastão foi transmitido ao senador pernambucano Humberto Costa, que cumprirá um mandato-tampão até julho, quando acontecerão as eleições internas da legenda.

Esta será a oitiva troca no primeiro escalão do governo desde que Lula assumiu seu terceiro mandato. Três delas ocorreram com objetivo de ampliar o espaço do Centrão em troca de apoio político, a exemplo das substituições de Daniela Carneiro por Celso Sabino, ambos do União Brasil, no Turismo; e de Márcio França por Silvio Costa Filho (Republicanos) em Portos e Aeroportos.

Outras duas foram ordenadas para amenizar crises. É o caso da mudança no comando do GSI após a revelação de imagens que mostravam a movimentação do general Gonçalves Dias, então chefe da pasta, no Palácio do Planalto durante os atos golpistas de 8 de Janeiro 2023. E da demissão de Silvio Almeida, acusado de assédio moral e sexual contra uma colega de Esplanada.

Em janeiro do ano passado, Lula trocou a chefia do Ministério da Justiça: no lugar de Flávio Dino (PSB), que fora indicado a uma vaga no Supremo Tribunal Federal, entrou o ex-ministro da Corte Ricardo Lewandowski.

A mais recente troca ministerial ocorreu há menos de dois meses, quando o presidente dispensou Paulo Pimenta da Secretaria Especial de Comunicação e nomeou o publicitário Sidônio Palmeira, que atuou na campanha petista em 2022. A troca foi uma estratégia para mudar a comunicação institucional e aumentar a popularidade de Lula no ano pré-eleitoral.

Novas trocas são esperadas para as próximas semanas, segundo interlocutores do governo. Estariam no radar do presidente mudanças no comando da Secretaria-Geral da Presidência, hoje sob a batuta de Márcio Macêdo, e nos ministérios das Mulheres e da Ciência e Tecnologia, chefiados por Cida Gonçalves e Luciana Santos (PCdoB), respectivamente.

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Last Update: 09/03/2025