O mercado de tecnologia e inovação continua sendo um ambiente desafiador para as mulheres.

Segundo o Fórum Econômico Mundial, apenas 37% das posições globais nesses setores são ocupadas por mulheres. No Brasil, a pesquisa Woman in Technology, realizada pela Michael Page em 2021, revelou que menos de 20% dos cargos na área de tecnologia são preenchidos por mulheres.

Participação feminina nas ciências exatas

Mesmo se dedicando mais ao ensino superior, as mulheres ainda buscam menos graduações em ciências exatas.

A terceira edição das Estatísticas de Gênero do IBGE mostrou que, em 2022, a participação feminina nos cursos STEM (ciência, tecnologia, engenharia e matemática) caiu para 22%.

Na área de Ciência da Computação e Tecnologia da Informação, o índice também recuou. Segundo o Censo da Educação Superior, a participação caiu de 17,5% em 2012 para 15% em 2022.

Impacto da diversidade e inovação no setor

A diversidade de gênero não apenas amplia a inclusão, mas também fomenta inovação e novas abordagens.

Com diferentes perspectivas, soluções mais eficazes são criadas. Incentivar a presença de meninas e mulheres nesses setores pode transformar a indústria de tecnologia no futuro.

Histórias de superação na tecnologia

Apesar dos desafios, algumas mulheres vêm se destacando na área.

Bárbara Letícia Mota Godoy, engenheira de produção e gerente de projetos, encontrou na tecnologia uma ferramenta para resolver problemas reais.

“Sempre gostei de desafios e percebi que a tecnologia era um meio poderoso para criar impacto, especialmente em saúde, educação e inteligência artificial”, afirma Bárbara.

Ela empreende no setor e lidera projetos inovadores, como o da Sappens, uma EdTech goiana voltada para a redução da evasão escolar.

Ferramenta para educação

A Sappens busca impactar mais de meio milhão de jovens que abandonam a escola anualmente.

Segundo o estudo “Combate à evasão no ensino médio — desafios e oportunidades”, elaborado pela Firjan Sesi com dados do IBGE e PNUD, apenas seis em cada dez jovens brasileiros concluem o ensino médio.

A startup visa mudar esse cenário e aproximar meninas e mulheres da tecnologia desde cedo.

“A plataforma ensina português e matemática, mas também incentiva o interesse por exatas e a construção de carreiras nessas áreas ainda dominadas por homens”, explica Olegario Marinho, sócio da Sappens.

Caminhos para maior inclusão feminina na tecnologia

Para Bárbara, o avanço das mulheres na tecnologia exige coragem e suporte mútuo.

“Busquem mentoras, participem de comunidades e não se deixem abalar pelos desafios. A tecnologia tem espaço para diferentes habilidades, e as mulheres precisam se apoiar”, aconselha.

A transformação não depende apenas das mulheres que ingressam no setor.

“É preciso um ecossistema mais inclusivo, que valorize a presença feminina e incentive sua permanência”, ressalta Bárbara.

Papel dos homens na equidade de gênero

O apoio de colegas homens também é essencial para criar ambientes mais diversos.

O primeiro passo é reconhecer que a desigualdade de gênero ainda existe e agir para mudar essa realidade.

“Isso significa dar espaço para as mulheres falarem, valorizar suas ideias e contribuir para um ambiente mais inclusivo”, conclui Bárbara.

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Last Update: 08/03/2025