Um levantamento AtlasIntel divulgado nesta sexta-feira 7 mostra que a desaprovação ao presidente da Argentina, Javier Milei, segue maior que sua aprovação, ainda que a avaliação do governo registre uma lenta recuperação. A oposição, por sua vez, vê uma leve melhora, mas ainda carece de motivos para comemorar.

No fim de fevereiro, na comparação com o mês anterior, a desaprovação a Milei oscilou 1,5 ponto para baixo e chegou a 48,4%, enquanto a aprovação subiu 0,6 ponto, alcançando 47,4%. Esse movimento também se reflete na percepção geral do governo: a parcela da população que o considera ruim ou muito ruim recuou de 45,4% para 44,1%, enquanto os que o avaliam como bom ou excelente cresceram de 41,7% para 43,5%. Outros 11,5% classificam a gestão como regular, ante 12,4% no levantamento anterior.

O fantasma da $Libra

A pesquisa colheu ainda as primeiras impressões sobre o escândalo da criptomoeda $Libra, promovida por Milei e que colapsou em apenas duas horas, provocando perdas bilionárias.

O “criptogate” maculou diretamente a imagem de Milei: a percepção negativa em relação ao presidente subiu de 41% para 50% entre janeiro e fevereiro, enquanto a positiva caiu 10 pontos e foi a 45%. O temor em relação a esquemas fraudulentos também disparou: 86% dos argentinos agora consideram provável a revelação de grandes casos de corrupção nos próximos seis meses, um salto de 22 pontos.

O episódio elevou ainda o Índice de Risco Político para a Argentina, que passou de 45 para 56 (em uma escala de 0 a 100), puxado sobretudo por preocupações com criminalidade e corrupção.

Peronismo ainda patina

Poderiam ser boas notícias para a oposição, mas o peronismo ainda tenta se recuperar de uma profunda onda de desgaste. A ex-presidenta Cristina Kirchner, principal expoente campo neste século, teve um alívio na reprovação, mas segue mal posicionada: sua imagem negativa recuou de 62% para 55%, enquanto a positiva subiu de 28% para 36%. Já Axel Kicillof, governador da província de Buenos Aires e nome promissor do peronismo, oscilou pouco: 58% de rejeição (eram 60%) e 31% de aprovação, mesmo número do mês anterior. Alberto Fernández, por sua vez, continua fora do baralho político, atingido por acusações de violência contra a mulher e uma rejeição de 80%.

A pesquisa, fruto de uma parceria entre a AtlasIntel e a Bloomberg, entrevistou 2.164 argentinos pela internet, entre 24 e 27 de fevereiro. A margem de erro é de dois pontos percentuais.

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Last Update: 07/03/2025