
O deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) afirmou em sua defesa apresentada nesta quinta-feira (6) ao Supremo Tribunal Federal (STF) que a radicalização do governo de Jair Bolsonaro (PL), que inclui a tentativa de golpe de Estado, ocorreu depois que ele deixou a direção da Abin (Agência Brasileira de Inteligência).
A defesa do parlamentar alega que, com sua saída da Abin, Ramagem não poderia fazer parte do “núcleo crucial” da trama golpista como aponta a Procuradoria-Geral da República (PGR).
Ainda na manifestação, os advogados do ex-diretor da Abin destacam que ele estava concentrado na sua campanha por uma vaga na Câmara dos Deputados e, portanto, não teria participado da trama golpista.
“Carece de razoabilidade a afirmação de que uma pessoa que acabara de ser eleita deputado federal, após tanto esforço e dispêndio de recursos materiais e pessoais em acirrada disputa eleitoral, fosse capaz de atentar contra os ‘poderes constitucionais’, visando abolir o Estado democrático de Direito. Alexandre Ramagem Rodrigues acabara de ser eleito membro de um dos Poderes da República, a duras penas”, argumentou a defesa do deputado.
“Meses de sacrifício e planejamento que resultaram em êxito eleitoral teriam simplesmente sido jogados na ‘lata do lixo’, porque o denunciado pretensamente estaria imbuído de atentar contra o Estado Democrático de Direito, contra o funcionamento de um Poder da República para o qual acabara de ser escolhido integrante”, acrescentou.
A campanha eleitoral de 2022 teve início oficialmente em 16 de agosto, com o primeiro turno ocorrendo em 2 de outubro. Ramagem deixou o cargo na Abin em 30 de março daquele ano.
Ramagem é acusado de ter chefiado esquema de espionagem durante o governo Bolsonaro, na chamada “Abin paralela”.