A China manteve um crescimento econômico de 5% em 2024, consolidando-se como uma das principais economias de expansão rápida no mundo. O dado foi apresentado pelo primeiro-ministro Li Qiang no Relatório de Trabalho do Governo durante a terceira sessão da 14ª Assembleia Nacional Popular. O país continuou contribuindo com cerca de 30% do crescimento global, reforçando sua relevância no cenário econômico internacional.
Entre os avanços de 2024, destacam-se a produção recorde de grãos, que atingiu 700 milhões de toneladas, a geração de mais de 12,5 milhões de novos empregos urbanos e a produção de 13 milhões de veículos de novas energias.
Metas para 2025: crescimento equilibrado e inovação tecnológica
O governo chinês projeta um crescimento do PIB de aproximadamente 5% para 2025, aliado à criação de mais de 12 milhões de empregos urbanos e a manutenção da inflação em cerca de 2%. Há também um forte compromisso com a sustentabilidade, prevendo-se a redução de 3% no consumo de energia por unidade do PIB.
No campo da inovação, o governo enfatiza o avanço em setores estratégicos, como bioprodução, tecnologia quântica, inteligência artificial e o desenvolvimento da tecnologia 6G. A digitalização da manufatura também será ampliada, com foco em veículos inteligentes, robótica avançada e equipamentos de fabricação de alta precisão.
Política fiscal e estímulo ao consumo
Para sustentar essas metas, a taxa de déficit foi fixada em 4%, com um aumento de 1,6 trilhão de yuans no volume do déficit em relação a 2024. Além disso, o governo anunciou a emissão de 4,4 trilhões de yuans em títulos especiais locais e 1,3 trilhão de yuans em títulos especiais nacionais de longo prazo.
No campo do consumo, um dos focos é a revitalização da demanda interna. O governo destinará 300 bilhões de yuans para incentivar a substituição de bens de consumo usados, visando dinamizar setores como eletrodomésticos e automóveis.
Desenvolvimento social: educação, habitação e saúde
O setor educacional receberá investimentos para ampliação de vagas no ensino médio e a implementação gradual da educação pré-escolar gratuita.
No setor habitacional, a meta é estabilizar o mercado imobiliário, com incentivo à aquisição de imóveis em estoque e renovação de bairros urbanos degradados. No campo da saúde pública, haverá otimização da política de compra de medicamentos e aumento dos subsídios para o seguro médico básico e serviços de saúde pública.
Sustentabilidade e mercado de trabalho
A China também reforça sua aposta na sustentabilidade, com medidas para estimular o consumo ecológico e promover uma transição para modos de produção de baixo carbono. No mercado de trabalho, a atenção estará voltada para a expansão de oportunidades para recém-formados e para a proteção de direitos em empregos flexíveis.
Desafios e perspectivas
Apesar do avanço econômico e dos planos ambiciosos, a China ainda enfrenta desafios significativos, como o envelhecimento populacional, a baixa taxa de natalidade e as incertezas no cenário global. O governo tem ampliado incentivos à natalidade e adotado medidas para reduzir o custo de vida das famílias, mas a eficácia dessas políticas ainda é incerta.
A continuidade do crescimento dependerá da capacidade do governo de equilibrar investimentos, consumo interno e estabilidade financeira, garantindo que os setores emergentes impulsionem o desenvolvimento sustentável do país.
