Lula e Trump apoiam candidatos opostos para a presidência da OEA. Foto: reprodução

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) abriu uma nova frente de disputa contra o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao oficializar o apoio à candidatura do diplomata surinamês Albert Ramdin para a presidência da Organização dos Estados Americanos (OEA). A eleição do novo chefe do grupo está marcada para o dia 10 de março, e o Brasil, junto a aliados na América Latina, busca fortalecer um nome que possa resistir à influência conservadora dos EUA na região.

O apoio brasileiro a Albert Ramdin foi anunciado pelo Ministério das Relações Exteriores na última terça-feira (4). Além do Brasil, países como Bolívia, Chile, Colômbia e Uruguai também endossaram a candidatura do diplomata. O Itamaraty destacou a “vasta experiência na diplomacia” de Ramdin, especialmente seu “papel como secretário-geral adjunto da OEA”.

Segundo o governo Lula, o surinamês tem “posição única para enfrentar os desafios contemporâneos para nossos países, ao oferecer uma nova perspectiva que reflita as realidades e aspirações do Caribe e da América em seu conjunto”.

Do outro lado da disputa, os Estados Unidos preparam-se para apoiar oficialmente o ministro das Relações Exteriores do Paraguai, Rubén Ramírez Lezcano. O paraguaio integra o governo de direita do presidente Santiago Peña, do Partido Colorado, e já conta com o respaldo de grupos conservadores estadunidenses.

O paraguaio Lezcano é apoiado por Trump para assumir a presidência da OEA. Foto: reprodução

Lezcano esteve com Donald Trump em novembro do ano passado, na residência do então presidente eleito, em Mar-a-Lago. Na ocasião, ambos “concordaram em avançar na agenda bilateral, fortalecer as relações e promover o desenvolvimento econômico em ambos os países”, segundo a diplomacia paraguaia.

A eleição para a presidência da OEA é vista como estratégica para o Brasil nas relações internacionais, uma vez que o próximo líder comandará o organismo pelos próximos cinco anos. A organização tem ganhado destaque nos últimos meses devido à produção de um relatório sobre liberdade de expressão, elaborado pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH).

Embora os países signatários da OEA sejam teoricamente obrigados a seguir as determinações da Corte de Direitos Humanos, isso nem sempre ocorre. Recentemente, bolsonaristas pressionaram o relator da CIDH a incluir, no relatório, o que classificam como “abusos” do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Por outro lado, o governo Lula busca reforçar a narrativa de que foi vítima de tentativa de golpe de Estado.

Conheça as redes sociais do DCM:
⚪️Facebook: https://www.facebook.com/diariodocentrodomundo
🟣Threads: https://www.threads.net/@dcm_on_line

Categorized in:

Governo Lula,

Last Update: 05/03/2025