O imóvel onde o filme Ainda Estou Aqui foi gravado no Rio de Janeiro será comprado pela prefeitura da cidade e transformado na Casa do Cinema Brasileiro. O anúncio foi feito pelo próprio prefeito, Eduardo Paes (PSD-RJ), nesta segunda-feira 3.
De acordo com o político, a ideia é transformar o lugar em uma espécie de museu que buscará preservar a história da família Paiva e da democracia. “Vamos tornar público e abrir para visitação o espaço que trouxe o primeiro Oscar do Brasil em quase 100 anos da premiação”, anunciou Paes em uma rede social.
“Faremos da casa onde foi gravado o filme um lugar de memória permanente da história de Eunice Paiva e sua família, da democracia e ainda uma homenagem às duas grandes mulheres que orgulham o Brasil e deram vida a ela – Fernanda Torres e Fernanda Montenegro”, explicou o prefeito.
O local ainda terá exposições interativas sobre história do Brasil no Oscar. A ideia, inclusive, é que a estatueta recebida pelo diretor Walter Salles neste domingo 2 em Los Angeles, nos EUA, seja exibida no imóvel em que o filme foi gravado.
“Ali também funcionará a nova sede da Rio Film Commission, estimulando mais produções do cinema brasileiro e premiações internacionais”, finalizou o prefeito.
Paes não divulgou detalhes de valores que a prefeitura pretende investir para tirar do papel o empreendimento. A compra será oficializada na terça-feira 4, com a publicação de um documento no Diário Oficial da cidade.

Imóvel de ‘Ainda Estou Aqui’ será comprado por prefeitura e transformado em Casa do Cinema Brasileiro.
Foto: Reprodução
Oscar
O primeiro Oscar brasileiro, que motiva a iniciativa divulgada por Paes nesta segunda, foi entregue neste domingo 2, em cerimônia realizada em Los Angeles. O longa Ainda Estou Aqui foi o vencedor do prêmio de Melhor Filme Internacional. Ele também concorreu nas categorias de Melhor Filme e Melhor Atriz, com Fernanda Torres. Nos dois casos, porém, o vencedor escolhido foi Anora, de Sean Baker.
O filme
O filme brasileiro escolhido como melhor produção estrangeira do ano pelo Oscar conta a história da família Paiva durante a ditadura. Naquele período, o ex-deputado Rubens Paiva desapareceu após ser levado para depor em um quartel. O político é interpretado por Selton Mello.
Diante do sumiço, Eunice Paiva, a esposa de Rubens interpretada por Fernanda Torres, passa a dedicar sua vida a buscar explicações sobre o desaparecimento. Mais tarde, descobre-se que o ex-deputado foi assassinado por militares em circunstâncias até hoje pouco explicadas.
O filme é baseado no livro de mesmo nome escrito pelo jornalista Marcelo Rubens Paiva, filho do preso político.