
A vitória de “Ainda Estou Aqui” como Melhor Filme Internacional no Oscar não apenas marcou uma conquista histórica para o cinema brasileiro, mas também reacendeu discussões sobre o papel da arte na memória e na denúncia de regimes autoritários.
O jurista Lenio Streck celebrou a premiação em suas redes sociais, comparando o filme brasileiro ao argentino “Argentina, 1985”, que retrata o julgamento das juntas militares durante a ditadura no país vizinho.
“O Oscar para o filme ‘Ainda Estou Aqui’ (ditadura do Brasil) representa, simbolicamente, o NUNCA MÁS do filme 1985 (ditadura da Argentina)! A arte e a literatura sempre dizem melhor as coisas do mundo!”, escreveu Streck no X, antigo Twitter.
O Oscar para o filme Ainda Estou Aqui (ditadura do Brasil) representa, simbolicamente, o NUNCA MÁS do filme 1985 (ditadura da Argentina)! A arte e a literatura sempre dizem melhor as coisas do mundo!
— Lenio Luiz Streck (@LenioStreck) March 3, 2025
Enquanto “Ainda Estou Aqui” narra a história real de Eunice Paiva, interpretada por Fernanda Torres, após o desaparecimento de seu marido, o ex-deputado Rubens Paiva, durante a ditadura militar brasileira, “Argentina, 1985” se inspira na trajetória dos promotores Julio Strassera e Luis Moreno Ocampo, que lideraram o julgamento dos responsáveis pelos crimes cometidos durante o regime militar argentino.
O filme argentino, que retrocede ao ano de 1985, mostrando os desafios enfrentados pelos promotores diante de pressões políticas e militares, enquanto montam uma equipe legal para levar adiante o julgamento das juntas. Apesar de ter sido inscrito no Oscar de 2022 na categoria Melhor Filme Internacional, “Argentina, 1985” não chegou à lista de finalistas.
Outra produção que aborda a temática das ditaduras na América do Sul é “No”, vencedor do Oscar de Melhor Filme Internacional em 2013. O longa chileno, estrelado por Gael García Bernal, conta a história do publicitário René Saavedra, que é convidado a liderar a campanha do “Não” em um referendo que decidiria a permanência do ditador General Augusto Pinochet no poder.
“No” retrata a batalha midiática travada entre os defensores do regime e os opositores, que usaram a criatividade e a inovação para conquistar o apoio popular. A campanha do “Não” foi fundamental para o processo de redemocratização do Chile, mostrando como a arte e a comunicação podem ser ferramentas poderosas de transformação política.
A vitória de “Ainda Estou Aqui” no Oscar não apenas consagra o cinema brasileiro, mas também reforça a importância de narrativas que preservam a memória histórica e denunciam as violências cometidas durante os regimes autoritários na América Latina.
Ao lado de “Argentina, 1985” e “No”, que relata os bastidores do plebiscito que deu fim à ditadura de Augusto Pinochet no Chile, o filme brasileiro se junta a uma lista de obras que usam a arte para refletir sobre o passado e inspirar um futuro democrático.
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