Energia eólica offshore impulsiona reindustrialização do Brasil

A sanção do marco legal da energia eólica offshore, em janeiro, representa um passo importante para a reindustrialização do Brasil.

A produção de energia a partir da força dos ventos em alto mar deve beneficiar diversos setores industriais, impulsionando crescimento, inovação e competitividade.

Segundo Adão Linhares, presidente da Energo Soluções em Energias, o desenvolvimento dessa fonte renovável fortalecerá cadeias produtivas estratégicas e gerará empregos qualificados.

Setores estratégicos em destaque

No setor metalúrgico e siderúrgico, a fabricação de torres, fundações e suportes para turbinas eólicas offshore exigirá grandes volumes de aço e ligas metálicas resistentes à corrosão marinha.

“Essa demanda impulsionará a indústria siderúrgica, incentivando investimentos em modernização e ampliação da capacidade produtiva”, explica Linhares.

Além disso, na construção naval, a instalação e manutenção de parques eólicos offshore demandarão embarcações especializadas, como navios de instalação e suporte. “Estaleiros brasileiros poderão adaptar sua capacidade produtiva para atender essa demanda, revitalizando o setor naval”, destaca o especialista.

 

Adão Linhares, fundador e primeiro presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica)

Logística e tecnologia

A logística e o transporte marítimo também serão impactados. A movimentação de grandes componentes, como pás e torres, exigirá infraestrutura robusta.

Portos estratégicos no Nordeste e Sudeste precisarão ser modernizados para se tornarem hubs logísticos eficientes.

No campo da eletrônica e automação industrial, a operação de turbinas eólicas offshore demandará tecnologia avançada de monitoramento e controle remoto.

“O setor terá novas oportunidades para fornecer sistemas inteligentes, aumentando a eficiência operacional dos parques”, afirma Linhares.

Hidrogênio verde e exportação

Uma das maiores oportunidades está na integração entre energia eólica offshore e hidrogênio verde. A produção de hidrogênio e seus derivados, como amônia e metanol, impulsionará investimentos em eletrólise, armazenamento e transporte.

“Isso criará um mercado interno sólido e posicionará o Brasil como potencial exportador global de combustíveis renováveis”, conclui Adão Linhares.

Com investimentos adequados e políticas de incentivo, o Brasil pode se tornar um líder global na indústria offshore, consolidando sua posição no mercado de energia renovável.

Artigo Anterior

“Orgulho de ser brasileiro”, diz Lula sobre vitória de ‘Ainda Estou Aqui’ no Oscar

Próximo Artigo

Senadores celebram vitória de “Ainda Estou Aqui”

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter por e-mail para receber as últimas publicações diretamente na sua caixa de entrada.
Não enviaremos spam!