O mercado global de venture capital vive um momento de expansão. No cenário latino-americano, o Brasil se destaca como líder.
Dados do levantamento Venture Pulse 2024, da KPMG, mostram que, no segundo trimestre deste ano, os investimentos globais somaram US$ 94,3 bilhões.
No Brasil, o valor chegou a 816,8 milhões, o maior desde o primeiro trimestre de 2022.
Segurança cibernética e inteligência artificial em alta
De acordo com o estudo, startups focadas em inteligência artificial, defesa e segurança cibernética estão à frente na captação de recursos. No entanto, outros segmentos também ganham espaço.
Especialmente aqueles com impacto social têm recebido atenção. Um exemplo é o Fundo Govtech, gerido pela KPTL e pela Cedro Capital.
Foco em soluções para o setor público
O Fundo Govtech direciona recursos para startups que desenvolvem tecnologias para melhorar serviços públicos. Áreas como saúde, educação e segurança pública estão entre as prioridades.
“O fundo foi criado com uma missão clara: investir em empresas que resolvem problemas públicos, enfrentando gargalos de infraestrutura e burocracia”, afirmam as gestoras.
Impacto social e transformação pública
A Colab, uma das startups apoiadas pelo fundo, é responsável pela versão digital do orçamento participativo. A ferramenta é usada pelo governo do Piauí e por vários municípios.
Gustavo Maia, sócio e fundador da empresa, destaca que o apoio do fundo ajudou a refinar as soluções oferecidas.
“Com o apoio, expandimos nossa atuação em mais cidades, o que representa uma vitória para o cidadão que participa ativamente da gestão pública”, diz Maia.
Outra beneficiária é a Prosas, plataforma de monitoramento de iniciativas sociais. Thiago Alvim, cofundador da empresa, ressalta que os recursos foram decisivos para aprimorar ferramentas de gestão de editais e parcerias.
“O fundo nos trouxe acesso a redes e conhecimentos sobre o setor público, acelerando a transformação social que buscamos”, afirma Alvim.
Alinhamento com ESG e ODS
Os investimentos do Fundo Govtech estão alinhados aos critérios ESG (ambiental, social e governança) e aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
Esses aportes visam promover impactos positivos, como a erradicação da pobreza e ações contra mudanças climáticas.
Para os gestores do fundo, o impacto social deve ser tão relevante quanto o retorno financeiro.
“O capital de risco pode gerar transformações concretas, melhorando a forma como os serviços públicos atendem o cidadão”, concluem.