Eduardo Bolsonaro

O PT prepara uma investida para barrar a nomeação do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) à presidência da Comissão de Relações Exteriores da Câmara. Caso assuma o cargo, Eduardo transformará o colegiado em um instrumento da extrema direita global, com o objetivo de atacar o Supremo Tribunal Federal (STF) e interferir no julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado.

Líder do partido na Câmara, Lindbergh Farias (RJ) alerta que, se eleito, Eduardo terá acesso a informações estratégicas sobre as relações internacionais do Brasil. Eduardo busca articulação com integrantes do governo de Donald Trump para atacar o ministro Alexandre de Moraes, do STF.

“Ele quer usar a Câmara para essa articulação da extrema direita, atacando a soberania brasileira, a Justiça e o Supremo. O foco dele é o julgamento de Bolsonaro. Isso será usado como plataforma internacional”, afirmou Lindbergh ao Estadão.

A reação petista acontece em diferentes frentes. O partido já apresentou representações contra Eduardo no Conselho de Ética da Câmara e na Procuradoria-Geral da República (PGR), alegando que ele estaria incitando retaliações dos Estados Unidos contra o Brasil e o STF. Desde a posse de Trump, Eduardo já esteve no país três vezes.

Além das ações formais, o PT tenta convencer parlamentares de que o comando da comissão deve ficar com um nome mais moderado. No entanto, o partido reconhece as dificuldades para impedir Eduardo de assumir. Como maior legenda da Câmara, com 92 deputados, o PL tem o direito de escolher um colegiado para presidir antes das demais siglas e dificilmente abrirá mão dessa prerrogativa.

Se Eduardo for confirmado no cargo, a bancada petista promete enfrentá-lo diretamente na comissão. “Vamos escalar os melhores quadros na Comissão de Relações Exteriores. Nosso objetivo será formar maioria para impedir que ele transforme o colegiado em um canal de disseminação de teses da extrema direita”, declara Lindbergh.

Na última quinta-feira (27), o PT acionou formalmente o Conselho de Ética contra Eduardo por atuar nos Estados Unidos para constranger o STF e interferir nas investigações de Moraes sobre Bolsonaro.

Eduardo tem se reunido com parlamentares republicanos para viabilizar um projeto de lei que impediria Moraes de entrar nos Estados Unidos. A representação do PT no Conselho de Ética solicita a abertura de um processo disciplinar contra Eduardo e sua intimação para prestar esclarecimentos.

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Last Update: 01/03/2025