Aproxima-se o Dia das Mulheres Trabalhadoras, um dia internacional que celebra a luta das mulheres no mundo inteiro pelo atendimento de seus direitos elementares e democráticos, tais como o direito ao aborto, a maternidade com direitos e assistências, licença-maternidade, creches públicas e de qualidade, igualdade salarial em relação aos homens, entre outros.
Na categoria bancária, as mulheres têm muitos motivos para ir às ruas em busca de seus direitos, que são sistematicamente vilipendiados pelos banqueiros.
A desigualdade nos critérios remuneratórios se mantém quando as bancárias, mesmo compondo quase a metade da categoria (47,8%), recebem apenas 87,8% da remuneração média dos homens. Em relação aos cargos de liderança, a remuneração média das mulheres cai para 79% da dos homens e, pior, quando se trata de mulheres negras, que compõem apenas 10% dos cargos de liderança nos bancos.
Além de receberem menos, as mulheres são as mais atingidas pelo desemprego devido à política de fechamento de agências e dependências bancárias promovida pelos banqueiros.
É necessário fazer um balanço da situação da mulher nos dias de hoje e dos ataques que elas vêm sofrendo internacionalmente, por meio da política do imperialismo de descarregar a crise sobre os setores menos organizados, como as mulheres, os negros e a juventude, por meio de cortes nos gastos públicos destinados à população, privatizações de serviços essenciais como saúde e educação, e repressão ideológica para deslegitimar as reivindicações femininas. Essas reivindicações são frequentemente minimizadas com o argumento de que as mulheres estão vivendo em condições cada vez melhores, tornando-se mais independentes e com maior poder de decisão. No entanto, a realidade demonstra que elas ainda não possuem condições elementares de vida e trabalho, tanto no mercado de trabalho quanto na vida doméstica. Além disso, ocupam uma parcela ínfima dos postos de comando, tanto nos parlamentos quanto na sociedade como um todo.
As mulheres compõem cerca de 50% da população nacional e da classe trabalhadora. Dessa forma, a unidade entre homens e mulheres é indispensável para criar um movimento de luta e revolucionário realmente forte.
Essa unidade, no entanto, não pode ser alcançada sem que o movimento dos trabalhadores levante um programa em defesa das reivindicações democráticas e econômicas próprias das mulheres, tais como o direito integral ao divórcio, o direito ao aborto, isonomia salarial, condições de trabalho adequadas às mulheres, licença-maternidade, direito a creche pública e gratuita no bairro ou local de trabalho, condições adequadas para amamentação e atendimento médico apropriado, entre outros.
É preciso deixar claro desde já que somente um governo dos próprios trabalhadores atenderá integral e efetivamente essas reivindicações.
Nesse sentido, é impreterível e urgente criar imediatamente uma comissão de mobilização das mulheres bancárias, com reuniões regulares para discussão de seus problemas e organização de suas reivindicações; estabelecer a publicação regular de um jornal voltado às mulheres da categoria em nível nacional; realizar um levantamento das condições de trabalho; e convocar uma conferência nacional das mulheres bancárias, com o objetivo de preparar uma forte reação contra a ofensiva reacionária dos banqueiros, que afeta principalmente as mulheres bancárias.