A guerra comercial de Donald Trump, que chocou o mundo após taxações de 10% e 15% sobre as importações mundiais no início de fevereiro entra, agora, em uma segunda rodada, ainda mais dura: Trump duplicou a taxação sobre a China, chegando a 20%, e promete novos aumentos para o México e Canadá na próxima semana, de 25%.
No dia 4 de fevereiro, o mandatário norte-americano iniciou a sua escalada radical para ter o domínio do jogo comercial no mundo. À China, foi imposta uma tarifa de 10% sobre todas as importações do país. Ao México e Canadá, o que o mandatário chamou de “tarifas recíprocas” – aplicar os mesmos impostos que outros países aplicam sobre os produtos norte-americanos – foram suspensas, mas já prometem ser retomadas também em março por Trump.
Exatos 30 dias após o primeiro anúncio drástico que paralisou o noticiário econômico mundial, Trump vem com o segundo lote de mudanças comerciais no mundo: dobrará as taxas à China a 20% e iniciará 25% de impostos sobre os importados do Canadá e do México.
A China respondeu em fevereiro, e Trump não gostou
A primeira reação do presidente da China, Xi Jinping, foi de responder em mesmo tom a Trump. Em fevereiro, o país anunciou uma retaliação, com um pacote de taxas de 15% sobre carvão e gás natural liquefeito e 10% sobre petróleo bruto, máquinas agrícolas e alguns veículos.
Em outra frente, a China aumentou o controle de exportação de minerais críticos, necessários para a produção de peças de tecnologia que os EUA importa do país, como tungstênio, telúrio, bismuto, molibdênio e índio. E acrescentou na lista de empresas “não confiáveis” dois gigantes norte-americanos e iniciou uma investigação antitruste contra a Google.
As medidas irritaram Trump, que decidiu tomar novas retaliações para março, sob o risco de aumentar, ainda mais, o impacto da própria indústria dos EUA.
Motivo para o tarifaço: será o fentanil?
A justificativa para o “tarifaço” dos Estados Unidos no mundo tem sido o suposto controle do país com a entrada de drogas provenientes destes países, principalmente o fentanil, acusando, principalmente, os países que fazem fronteira.
Mas até o principal concorrente econômico mundial dos EUA entrou nas amplas tarifas, o que tornou a explicação de Donald Trump insuficiente. “A China é um dos países com uma política antidrogas mais rigorosa e exaustiva do mundo”, informou o Ministério do Comércio do país.
China responde de novo: “Todas as medidas necessárias”
Desta vez, com o novo anúncio de Trump nesta semana, a China afirmou que tomará “todas as medidas necessárias” para responder aos Estados Unidos.
“Se a parte americana insistir em seguir seu caminho, a parte chinesa tomará todas as medidas necessárias para defender seus direitos e interesses legítimos”, afirmou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, nesta sexta (28).
Para o governo chinês, esta decisão da Casa Branca “afetará gravemente o diálogo” dos EUA com a China e acusou o mandatário de aplicar “pressão, coerção e ameaças”.
Independentemente das respostas mundiais, Trump afirma que a duplicação das tarifas permanecerão em vigor de forma “indefinida”, ou seja, sem prazo ou expectativas de que terminem.