Em um evento para lançar obras em Santos, litoral de São Paulo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) destacou a importância da parceria com o governador paulista, Tarcísio de Freitas (Republicanos), nesta quinta-feira (27). Apesar de pertencerem a espectros políticos opostos, os dois líderes celebraram a colaboração em prol de obras de mobilidade urbana no estado.
“Tarcísio, você está fazendo história nestas parcerias que estamos construindo. Você pode ficar certo que o povo compreende o que está acontecendo. Tem gente do lado do Tarcísio que não gosta de vê-lo do meu lado e tem gente do meu lado que não gosta de me ver do teu lado”, afirmou Lula sobre o bolsonarista durante o evento.
O presidente ressaltou que seu objetivo é manter relações políticas com governadores e prefeitos, independentemente de suas filiações partidárias.
“Eu jamais vou perseguir alguém porque votou contra mim, jamais vou deixar de emprestar dinheiro para um prefeito, jamais vou deixar de ter uma relação com o governador. Não foi para isso que eu quis ser presidente outra vez. Eu quis ser presidente mais uma vez para provar que é possível, de forma civilizada, resolver o problema desse país”, declarou.
Lula também brincou ao afirmar que não estava propondo uma relação de fidelidade a Tarcísio, mas sim uma colaboração em prol do desenvolvimento do país. “Eu não estou propondo casamento para ele, nem ele está propondo para mim. O que nós estamos propondo é um jeito de trabalharmos juntos, e eu faço isso com 27 governadores de estado”, disse.
Veja evento de lançamento do edital para construção do túnel submerso Santos-Guarujá:
O petista ainda garantiu que os encontros entre os dois serão frequentes. “Tarcísio, não se preocupe, que vai ter muita foto eu e você junto, o que é mais grave para nosso adversário, que é a gente estar rindo na foto. Pode até ter enfarto na história”, afirmou, em tom descontraído.
Durante o evento, Lula voltou a defender a aprovação de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que amplia as atribuições do governo federal na área de segurança. O projeto, discutido há quase um ano, ainda não foi enviado ao Congresso Nacional.
O presidente destacou que o Ministério da Justiça decidiu incluir as guardas civis no texto da PEC, delimitando as funções dessas forças para evitar sobreposição com as polícias civil e militar.
“Não adianta ficar falando que a questão da segurança é responsabilidade do estado. Segurança interessa ao prefeito, e nós vamos colocar na PEC o direito das prefeituras terem sua guarda municipal. Interessa ao governo federal, sem que a gente se meta no papel constitucional do governador”, declarou.
A mudança no texto busca conquistar o apoio de prefeitos, que poderiam ajudar a convencer deputados e senadores a aprovar a proposta. Governadores, especialmente os de oposição, têm sido críticos da PEC da Segurança, argumentando que a medida pode interferir na autonomia dos estados.
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