De saída do Ministério da Saúde, a cientista e pesquisadora Nísia Trindade criticou o processo de “fritura” que sofreu na imprensa nas últimas semanas, com jornalistas antecipando sua demissão da Pasta por decisão política do presidente Lula. Nísia disse que este processo é “inconcebível” e atacou, também, emissora de TV que publicaram notícias falsas para fomentar a fritura.
“Eu estou me referindo ao processo chamado por vocês mesmos de ‘fritura na imprensa’. Isso é inconcebível, não deveria acontecer. Simplesmente deveria se apurar os fatos e não se antecipar decisões que cabem ao presidente”, disse ela, em resposta a uma pergunta feita por uma jornalista da Rede Globo sobre o processo de exposição sofrido por Nísia nas última semana.
“Inclusive não deveria ocorrer também que emissoras divulgassem notícias falsas sem apuração, isso ocorreu também, dizendo que eu comandei uma reunião de despedida. Eu jamais faria isso enquanto ministra”, acrescentou, em tom de indignação.
Nísia afirmou aos jornalista que “Lula me comunicou que achava importante uma mudança de perfil no Ministério neste segundo tempo do governo”.
“O presidente entende que as dimensões técnico-políticas são importantes neste momento. O que eu disse ao presidente, repito aqui: ele é o técnico de um time. Faz parte da vivência de qualquer governo substituição de ministros. Isso nada depõe contra meu trabalho, eu tenho plena consciência disso.”
Lula decidiu na terça-feira (25) substituir Nísia Trindade na Saúde, que está no cargo desde janeiro de 2023. O substituto será o atual ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, que já comandou a pasta entre 2011 e 2014. A posse de Padilha está prevista para 6 de março.
Antes de assumir o Ministério da Saúde, Nísia Trindade ocupava o posto de presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) desde 2017.