PT apoia emenda constitucional que acaba com a escala 6×1

Parlamentares petistas afirmam que jornada de trabalho é exaustiva, atrapalha o crescimento econômico.

Parlamentares petistas renovaram nesta terça-feira (25/2) o compromisso de lutar pelo fim da escala 6×1 no Brasil (6 dias de trabalho por apenas 1 de descanso). Durante entrevista coletiva no Salão Verde da Câmara, convocada pela deputada do PSOL Erika Hilton (SP), após ter protocolado uma proposta de emenda à Constituição (PEC) que acaba com a famigerada escala de trabalho, parlamentares do PT expuseram justificativas sociais e econômicas favoráveis ao fim da escala e hipotecaram apoio à PEC. A proposta da deputada do PSOL deve ser apensada a outra semelhante já apresentada pelo deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), que atualmente se encontra na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara.

Leia mais: Fim da escala 6×1: PEC de Reginaldo Lopes propõe redução da jornada para 36h semanais

Durante a coletiva, que contou ainda com a participação de representantes do movimento Vida Além do Trabalho (VAT) e vários parlamentares vários do PT, PSOL, PCdoB, PSB e até do União Brasil, o autor da 1ª proposta apresentada na Câmara disse que o fim da escala 6×1 será um avanço civilizatório na vida da classe trabalhadora brasileira.

“Não se enganem, não há possibilidade de crescimento econômico, de políticas sociais e políticas públicas sem colocar mais dinheiro no bolso do ‘andar de baixo’. E para ter ganho de produtividade e ter ganho de massa salarial, é necessária uma requalificação e qualidade de vida, de saúde mental para os trabalhadores de menor poder econômico”, explicou Reginaldo Lopes.

O petista lembrou ainda durante seu pronunciamento que 89% dos trabalhadores já trabalham na escala 5×2 e somente 11% ainda estão na escala 6×1. No entanto, ele lembrou que esse percentual minoritário ainda representa um contingente de dezenas de milhões de brasileiros de baixa renda, a maioria empregados no comércio, no entretenimento e no turismo.

PEC de Reginaldo Lopes

A proposta apresentada pelo petista (PEC 221/2019) reduz a jornada de trabalho para 36 horas semanais, sem redução de salário. O texto diz ainda que a jornada diária de trabalho não pode ser superior a oito horas diárias. A PEC determina também que essa mudança seria implementada ao longo de dez anos, contada a partir da publicação da lei.

Líderes do PT e do Governo apoiam o fim da escala 6×1

Durante a coletiva, o líder do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias (RJ), hipotecou seu apoio ao fim da escala 6×1 e disse que este tema é uma das prioridades da bancada do partido na Casa neste ano.

“A nossa prioridade é a votação dessa PEC contra a escala 6×1, assim como a isenção da tabela do Imposto de Renda até R$ 5 mil, com a cobrança dos super-ricos e a pauta da defesa da democracia, sem anistia. Vamos caminhar juntos”, disse para a deputada Erika Hilton e ao vereador carioca Rick Azevedo (PSOL), idealizador do movimento VAT.

Na mesma linha, o líder do governo Lula, deputado José Guimarães (PT-CE), também manifestou apoio à PEC e se colocou à disposição para construir um consenso dentro e fora da Câmara para viabilizar o fim da escala 6×1.

“Eu vou me empenhar, como sempre faço, dentro e fora do plenário, junto às lideranças, ao presidente da Câmara, ao Congresso e ao governo para aprovar esta PEC. Este Congresso precisa se dar conta de que em um País do tamanho do nosso essa é uma das PECs mais modernas com impacto na vida econômica e social do País. Essa não é uma pauta partidária, mas um tema relevante na vida de milhões de trabalhadores. Esta é uma matéria do País. Viva o fim da Escala 6×1”, bradou Guimarães.

Na coletiva, o vereador carioca Rick Azevedo (PSOL) – idealizador do movimento “Vida Além do Trabalho (VAT)” – revelou que serão realizadas manifestações em todo o País pelo fim da escala 6×1.

Héber Carvalho

 

 

 

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