A prévia da inflação oficial do país registrou alta de 1,23% nos preços em fevereiro. O indicador, conhecido como Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), foi divulgado pelo IBGE nesta terça-feira 25.
Trata-se da maior variação para o mês desde 2016. Para efeito de comparação, o índice superou com folga os registrados em janeiro (0,11%) e em fevereiro do ano passado (0,78%).
Os grupos que mais puxaram a alta foram Habitação e Educação. No primeiro caso, o aumento de 4,43% foi impulsionado pelo salto na energia elétrica residencial, que subiu 16,33% após uma queda brusca de 15,46% no mês anterior. Essa oscilação reflete a retirada do chamado “bônus de Itaipu”, um desconto pontual nas tarifas aplicado em janeiro.
Já o grupo Educação avançou 4,78%, principalmente devido ao reajuste de 7,5% nas mensalidades do ensino fundamental. Com isso, a categoria teve um impacto de 0,29 ponto percentual no IPCA-15, enquanto Habitação exerceu a maior pressão sobre o índice, com 0,63 ponto.
Com os dados de fevereiro, a inflação acumulada em 12 meses subiu para 4,96%, acima dos 4,5% registrados até janeiro e ultrapassando o teto da meta do Banco Central.
Alimentos pressionam o bolso – e a popularidade do governo
A economia vem amargando uma pressão inflacionária nos alimentos. Itens como carne e café têm mantido altas consideráveis nos preços, o que tem dado dor de cabeça tanto para os consumidores quanto ao governo Lula (PT). Diante da inflação dos alimentos, os índices de aprovação do petista vêm caindo.
Segundo o IBGE, a alimentação em casa avançou 0,63%. O percentual é relevante, mas não tão alto quanto o registrado em janeiro (1,10%).
Entretanto, o café segue na sua escalada de preços, com avanço de 11,63% em fevereiro. Outro item com grande encarecimento foi a cenoura, que registrou alta de 17,62%.
Por outro lado, arroz (-1,49%) e frutas (1,18%) tiveram quedas. O preço da batata inglesa liderou entre as quedas (-8,17%).
Combustíveis puxam alta dos transportes
O grupo Transportes teve alta de 0,44% em fevereiro, contribuindo em 0,09% no IPCA-15. O principal motivo do crescimento foi a alta nos preços dos combustíveis.
Em médias, os combustíveis tiveram alta de 1,88% no mês. A maior alta foi no etanol, com 3,22%, enquanto o óleo diesel e a gasolina tiveram altas de 2,42% e 1,71%, respectivamente. Já o gás veicular apresentou queda de 0,41% no preço.