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O general Mário Fernandes, preso desde novembro passado por plano para matar autoridades, disse a Mauro Cid que conversou sobre o golpe de Estado com o ex-presidente Jair Bolsonaro. Em áudio obtido pela coluna de Fabio Serapião no Metrópoles, ele afirmou que a ideia era realizar a ruptura no dia 12 de dezembro de 2022.
“Mas, porra, a gente não pode perder oportunidade. São duas coisas. A primeira, durante a conversa que eu tive com o presidente, ele citou que o dia 12, pela diplomação do vagabundo, não seria uma restrição, que isso pode, que qualquer ação nossa pode acontecer até 31 de dezembro e tudo”, afirma o general.
O áudio foi enviado no dia 8 de dezembro. Na gravação, Fernandes ainda cita os acampamentos golpistas em frente a quartéis-generais do Exército e afirma que eles podem se intensificar ou “esmaecer”.
“Meditando aqui em casa, eu queria que, porra, de repente você passasse para ele dois aspectos que eu levantei em relação a isso. A partir da semana que vem, eu cheguei a citar isso para ele”, prosseguiu. O general afirma que os golpistas poderiam “perder o controle” com possíveis “radicalismos” dos manifestantes.
⏯️ General diz ter falado com Bolsonaro sobre data de golpe
Áudios obtidos pela Polícia Federal mostram conversa entre o general Mário Fernandes e o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL)
Leia na coluna @FabioSerapiao : https://t.co/ZQDszQanWs pic.twitter.com/Bv42OZWASs
— Metrópoles (@Metropoles) February 24, 2025
Para a Polícia Federal, o áudio demonstra que Fernandes, que era chefe substituto da Secretaria-Geral da Presidência, tinha proximidade com Bolsonaro e atuou nas “tratativas para consumar o golpe de Estado”. O conteúdo foi extraído de celulares e outros aparelhos apreendidos pela corporação.
Em outra gravação obtida no inquérito, Fernandes disse que a minuta golpista é “real” e foi despachada com o ex-presidente quando ele ainda estava no comando do Palácio do Planalto. Em áudio enviado ao general Luiz Eduardo Ramos em 7 de dezembro de 2022, ele afirmou:
“Kid Preto, falei com o Renato. O decreto é real, foi despachado ontem com o presidente. É, [risos], movimento, eu tô de olho aqui. Se for o caso, eu aciono o senhor para voltar. Eu nem vou. Eu aciono o senhor para voltar. Força”.
A mensagem, segundo a PF, foi enviada “exatamente no dia em que Jair Bolsonaro se reuniu com os comandantes do Exército e da Marinha, e com o ministro da Defesa, para apresentar a minuta de decreto”.
Fernandes é um dos 34 denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Ele foi preso por participar da criação do “Punhal Verde Amarelo”, plano que previa os assassinatos do presidente Lula, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
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