O mercado financeiro revisou para cima suas previsões de inflação para os próximos anos, conforme o Relatório Focus, publicado nesta segunda-feira, 24, pelo Banco Central.
O levantamento, que coleta as projeções de mais de 100 especialistas do setor financeiro, indicou que a expectativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2025 foi ajustada de 5,60% para 5,65%, mantendo a tendência de revisões ascendentes que se verificam desde 2024.
Com isso, a previsão de inflação para o próximo ano se aproxima ainda mais do limite superior da meta estabelecida para 2025, que é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual, ou seja, até 4,5%.
O Banco Central, por sua vez, já alertou que há uma probabilidade de 50% de que a inflação ultrapasse essa meta, o que indicaria um descontrole do nível de preços superior ao estipulado.
O Relatório Focus também revelou que o mercado manteve sua projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2025 em 2,01%, um valor próximo ao prognóstico do Banco Central, que estima um crescimento de 2,1% para o ano.
Já as projeções para 2026 e 2027 foram ligeiramente ajustadas, com o PIB de 2026 mantendo a previsão de 1,7%, enquanto a estimativa para 2027 subiu de 1,98% para 2%. A expectativa para 2028, por sua vez, permaneceu inalterada, com uma previsão de crescimento de 2%.
No que diz respeito à taxa de juros, o mercado manteve sua previsão de 15% ao ano para a Selic até o final de 2025, mantendo a expectativa de uma taxa elevada por um período prolongado.
Para os anos seguintes, as projeções indicam uma redução gradual, com estimativas de 12,50% para 2026 e 10,50% para 2027. A Selic, atualmente fixada em 13,25% ao ano, permaneceu estável após um ciclo de aumentos consecutivos iniciado em setembro de 2024.
O Banco Central, por sua vez, já sinalizou a possibilidade de um novo aumento na Selic na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), agendada para os dias 18 e 19 de março de 2025. As autoridades monetárias indicaram que a taxa de juros pode subir em mais 1 ponto percentual, em um esforço contínuo para controlar a inflação e garantir a estabilidade econômica no país.
