No dia 23 de fevereiro, às 8h, foram abertas as urnas alemãs para as votações para o Bundestag, o parlamento alemão. É estimado que cerca de 59 milhões de pessoas tenham saído de suas casas para decidir os 630 membros da nova legislatura.
As pesquisas de boca de urna indicam que a União Democrata-Cristã (CDU, na sigla alemã), liderada por Friedrich Merz, mantém a dianteira com cerca de 29% dos votos. No entanto, o verdadeiro destaque é a Alternativa para Alemanha (AfD), que aparece consolidada em segundo lugar com cerca de 20% dos votos, um avanço significativo em relação às eleições anteriores e o melhor resultado da extrema-direita desde a Segunda Guerra Mundial.
Os principais candidatos, o líder conservador Friedrich Merz e o atual chanceler Olaf Scholz, do Partido Social Democrata (SPD), votaram com poucos minutos de diferença um do outro em diferentes partes do país na manhã de domingo.
A líder da AfD, Alice Weidel, comemorou o crescimento de seu partido e declarou a intenção de “perseguir os outros” para implementar políticas que considera sensatas. Ela também tentou pressionar a CDU para formar uma coalizão, mas a pressão contrária, com o objetivo de isolar a AfD, é maior.
“Somos o único partido a dobrar nossa posição em relação à última eleição – o dobro”, Weidel disse a apoiadores na sede do partido em Berlim, acrescentando que o partido ainda estava tentando desempenhar algum papel no próximo governo alemão.
“Mas se a CDU cometer fraude eleitoral contra a AfD, copiando nosso programa e depois entrando em uma coalizão com a ala esquerda, haverá novas eleições mais rápido do que se pode imaginar. Nós ultrapassaremos a CDU e esse é o nosso objetivo”, continuou Weidel.
O partido de Scholz, atual chanceler da Alemanha, terminou em terceiro lugar, segundo a boca de urna. Friedrich Merz (CDU) é o nome mais cotado para assumir o cargo de Scholz no momento.
Atualmente, o parlamento alemão tem 733 assentos, sendo o maior entre os países da Europa. No entanto, uma reforma eleitoral reduzirá permanentemente o número de parlamentares para 630, devido a críticas sobre a ineficiência e os custos elevados de um parlamento excessivamente grande. Em 2024, por exemplo, o Bundestag teve um aumento de 250 milhões de euros em seu orçamento em comparação com 2019.
O crescimento do partido de extrema-direita tem sido impulsionado pelo descontentamento popular com a política migratória e o aprofundamento da crise econômica alemã. A Alemanha é o país mais populoso da União Europeia, de 27 nações, e um dos principais membros da OTAN.
Ela tem sido o segundo maior fornecedor de armas da Ucrânia, depois dos EUA e essa política, como visto no próprio caso de Trump, está fadada à impopularidade. O resultado deve ser divulgado ao longo dessa segunda (24).