O funeral de Sayyed Hassan Nasseralá, líder histórico do Hesbolá, realizado no último domingo (23) em Beirute, reuniu dezenas de milhares de pessoas no Estádio Camille Chamoun e nas ruas da capital libanesa, evidenciando a força do apoio não apenas ao mártir, mas à resistência árabe na luta contra o imperialismo e o sionismo. Delegações de 79 países participaram da cerimônia, incluindo representantes do Irã, Iraque, Iêmen e outros aliados regionais.

A presença delegações refletem a importância global da luta de caráter anti-imperialista da qual Nasseralá foi um destacado dirigente. Entre os participantes estrangeiros estava Jackson Hinkle, dirigente do ACP (Partido Comunista Americano), conhecido por seu apoio incondicional à resistência contra a ditadura mundial. Ele descreveu sua participação no funeral como uma honra pessoal. Em seu perfil, o norte-americano publicou vídeos do funeral e de aviões sionistas sobrevoando o local.

Nasseralá foi assassinado em setembro de 2024 por um bombardeio israelense que destruiu o centro de operações do Hesbolá no sul de Beirute. A operação, que utilizou mais de 80 bombas, não apenas retirou a vida do líder, mas também buscou enfraquecer a resistência libanesa, eliminando civis, soldados, militantes e quem estivesse no caminho. No entanto, como ficou evidente no funeral, a tentativa falhou em abalar o espírito combativo do povo.

Durante mais de três décadas à frente do Hesbolá, Nasseralá transformou a organização em uma força política e militar regional. Ele era mais do que um comandante militar; era um estrategista político e um defensor da causa palestina. Sua liderança inspirou movimentos de resistência em todo o mundo árabe e islâmico, consolidando-o como uma liderança central na luta contra a opressão imperialista.

O evento começou com uma recitação do Alcorão e os hinos nacional e do Hesbolá. Sheikh Naim Qassem, sucessor interino de Nasseralá, fez um discurso, destacando o legado do líder como um “modelo histórico e excepcional” para os povos livres do mundo. Ele reafirmou que o Hesbolá continuará seguindo o caminho traçado por Nasseralá, mesmo diante das adversidades mais extremas.

A multidão presente no estádio e nas ruas adjacentes demonstrava uma lealdade inabalável à causa da resistência. Bandeiras do Hesbolá tremulavam ao lado de retratos gigantescos de Nasseralá e Hashem Saf ad-Din, seu primo e sucessor imediato, também assassinado pelo inimigo sionista poucos dias após a morte de Nasseralá. O funeral foi adiado por meses devido às condições de segurança impostas pela guerra com “Israel”.

A mobilização internacional também ocorreu fora do Líbano. No Iêmen, milhares se reuniram para orações fúnebres em homenagem a Nasseralá e Saf ad-Din. Em Beirute, as ruas foram decoradas com imagens dos líderes martirizados, enquanto telões exibiam a cerimônia para aqueles que não conseguiram entrar no estádio.

O discurso de Sheikh Qassem foi claro ao reafirmar os princípios fundamentais da resistência: soberania nacional, defesa dos povos oprimidos e combate ao imperialismo americano-sionista. Ele denunciou as violações israelenses ao cessar-fogo mediado pelos EUA e prometeu que o Hesbolá permanecerá firme em sua missão até a vitória.

“Resistência é nossa única opção”, declarou Qassem. “Mesmo que nossas casas sejam destruídas sobre nossas cabeças ou todos sejamos mortos, continuaremos no caminho traçado por Nasseralá.” Ele também criticou aqueles que clamam pela “soberania” do Líbano enquanto permanecem silenciosos diante das agressões da escumalha sionista. Na véspera do funeral, o presidente adjunto do Conselho Executivo do Hesbolá xeque Ali Daamouch, definiu o espírito do dia como “um dia de lealdade aos mártires”, disse, acrescentando por fim: “Nossa presença aqui é uma forma de dizer aos amigos e inimigos que nossa resistência permanece viva no campo de batalha”.

Categorized in:

Governo Lula,

Last Update: 24/02/2025