Até dezembro, o Brasil assume a presidência do G20, grupo que reúne os países com as maiores economias do mundo. Entre as prioridades estabelecidas pelo governo brasileiro estão o combate à fome, pobreza e desigualdade, as três dimensões do desenvolvimento sustentável (econômica, social e ambiental) e a reforma da governança global. 

Para atingir tais objetivos, o Planalto elabora um roteiro para transformar os Bancos Multilaterais de Desenvolvimento (MDBs) em financiadores em massa do Sul Global. 

Na última sexta-feira (28), o programa TVGGN 20H contou com a participação de Ivan Oliveira, subsecretário de Financiamento ao Desenvolvimento Sustentável do Ministério da Fazenda, para detalhar o processo. 

De acordo com o entrevistado, este roteiro para o G20 está muito conectado com a agenda doméstica do país, pautada pela transformação ecológica, industrialização, Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), financiamento a partir de investimentos públicos, mas buscando atrair também o capital privado. 

“Precisamos pensar em uma agenda de transição justa, que leve em conta o próprio impacto de mitigação de vida no planeta, mas que é sempre muito desigual, especialmente em países tão desiguais como o nosso”, afirma Oliveira.

Uma das preocupações do governo é conseguir, nos próximos meses, dar um passo adiante em termos concretos. “No G20 é muito fácil cair no palavreado pouco útil que ajuda a fechar acordos genéricos e que, no final das contas, não significam muita coisa. A construção da nossa agenda que vem desde o ano passado é muito voltada a soluções”, emenda.

Bancos

Um dos pontos centrais na área de financiamento é, de acordo com o subsecretário, uma reforma no roteiro dos bancos multilaterais para impulsioná-los a fim de gerar mais impactos nas economias em desenvolvimento. 

Para tanto, a estratégia está baseada em três pilares: capital, operação e avaliação de impacto. Neste sentido, o roteiro propõe fomentar o investimento vindo dos tesouros nacionais para atrair também o capital privado e torná-lo mais barato. “É estressar o balanço dos bancos, para que os bancos tomem mais risco e emprestem mais.”

O subsecretário falou ainda sobre a importância de trazer para o sistema recursos adicionais de capital híbrido, além de defender rodadas frequentes de capitalização tradicional.

Confira a entrevista na íntegra:

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Última Atualização: 01/07/2024