Valdemar em ato bolsonarista em Copacabana, no Rio. Foto: reprodução

O presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, está sendo aconselhado por aliados a não participar da manifestação bolsonarista convocada para o dia 16 de março. A recomendação ocorre após ele ser deixado de fora da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) que acusa Jair Bolsonaro e outros 33 indivíduos de liderar uma tentativa de golpe de Estado em 2022.

Apesar de ter sido indiciado pela Polícia Federal (PF) no final do ano passado por “ter ciência das articulações golpistas” e usar recursos do fundo eleitoral para “desestabilizar o processo eleitoral”, Valdemar foi excluído da acusação formal pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet.

A decisão da PGR surpreendeu aliados de Valdemar, que comemoraram a exclusão do presidente do PL do processo. “Se isso acontecesse, seria uma grande injustiça”, disse um dos interlocutores, segundo informações da colunista Renata Agostini, do jornal O Globo.

A exclusão de Valdemar da denúncia foi vista como um alívio para os bolsonaristas, evitando impactos diretos no partido. No entanto, a orientação agora é que ele evite “cair em cascas de bananas” que possam irritar a cúpula do Judiciário.

O relatório da PGR foi baseado no inquérito da Polícia Federal de novembro de 2024, que listava aproximadamente 40 nomes. Onze deles, incluindo Valdemar Costa Neto e o padre José Eduardo de Oliveira e Silva, não foram incluídos na acusação final. A Procuradoria avaliou que não havia elementos suficientes para comprovar a participação de cada um nos atos golpistas. Por outro lado, quatro novas pessoas, como Silvinei Vasques, foram incluídas na denúncia após a análise.

Enquanto isso, parlamentares do PL têm saído publicamente em defesa de Jair Bolsonaro, tentando desconstruir a denúncia da PGR. Internamente, a avaliação é que o processo judicial pode ser revertido em ganho político para o partido.

Bolsonaro e Valdemar Costa Neto, presidente do PL. Foto: reprodução

A estratégia é transformar as acusações em uma narrativa de perseguição política, vitimizando Bolsonaro e transferindo capital político para seus aliados e para o próprio PL. “A denúncia e uma eventual prisão de Bolsonaro ajudarão a abastecer a falsa narrativa propagada pelo capitão reformado de perseguição política”, afirmam aliados.

A denúncia da PGR, apresentada na terça-feira (18), acusa Bolsonaro e os demais envolvidos de crimes como organização criminosa armada, tentativa de abolir o Estado Democrático de Direito por meio da força, golpe de Estado e dano qualificado. Os investigados são acusados de planejarem manter o poder após a derrota nas eleições de 2022.

Apesar das contundentes provas apresentadas no inquérito, a estratégia do PL é “descolar Bolsonaro das provas” e colar nele o rótulo de injustiçado. “A estratégia agora é tentar descolar Bolsonaro das contundentes provas trazidas no inquérito do golpe e atuar para colar nele o rótulo de injustiçado, ao menos perante parte da sociedade”, dizem correligionários.

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Last Update: 22/02/2025