O Brasil bateu recorde de feminicídios e estupros em 2024. Cerca de 8 mulheres foram estupradas por hora e 1.327 mulheres perderam suas vidas por sua condição de gênero, a maioria mulheres negras. Esses números não são apenas estatísticas; são vidas interrompidas, filhos e filhas órfãos, famílias destruídas.
O governo Lula tem falhado em implementar políticas de enfrentamento à violência machista. Dos R$ 317 milhões de orçamento do Ministério das Mulheres, menos de ¼ foi executado, sendo que apenas R$ 13,2 milhões foram destinados ao programa Mulher Viver Sem Violência. O Ministério da Justiça, apesar de ter previsto um valor inicial de R$ 45 milhões para ações na área, até outubro não havia destinado um centavo sequer.
Essa mesma situação se repete nos estados e municípios onde a ultradireita reacionária governa. Como em São Paulo, onde o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) congelou 96% do orçamento paulista destinado ao enfrentamento à violência de gênero, apesar do aumento alarmante dos casos de feminicídio no estado.
Neste 8 de março, devemos ir às ruas para dizer: Chega de violência machista! E exigir políticas públicas efetivas, de investimento em delegacias especializadas, abrigos para mulheres em situação de risco e de campanhas de conscientização que combatam a violência e o machismo.
Pelo fim da escala 6×1
A escala 6×1 significa trabalhar seis dias da semana e descansar apenas um. Essa jornada é extremamente desgastante, especialmente para as mulheres, que precisam conciliar o emprego formal com o trabalho doméstico não remunerado.
Segundo o IBGE, as mulheres dedicam, em média, 21 horas por semana aos afazeres domésticos, enquanto os homens dedicam apenas 11 horas. Isso significa que, mesmo no único dia de “descanso” da escala 6×1, as mulheres estão trabalhando em casa, cuidando dos filhos e da família. O resultado é uma sobrecarga física e mental que compromete sua saúde e qualidade de vida.
A luta pelo fim da escala 6×1 é uma luta urgente. Precisamos de uma jornada de trabalho que permita às mulheres tempo para o descanso e o lazer, sem redução de salário. Além disso, é fundamental políticas para pôr fim a jornada extra e incentivar a divisão igualitária das tarefas de cuidados, como creches e escolas em tempo integral, restaurantes e lavanderias comunitárias e a ampliação da licença paternidade.