O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), relatou que o então presidente exerceu pressão para que o resultado das eleições fosse considerado fraudulento.

Em relato ao ministro Alexandre de Moraes, no contexto do acordo de delação premiada fechado com a Polícia Federal, Cid afirmou que Bolsonaro pressionou o então ministro da Defesa, Paulo Nogueira, para que o relatório das Forças Armadas apontasse fraude nas urnas eleitorais.

“O presidente queria que escrevesse que tinha fraude”, declarou Cid, em resposta a Moraes.

O magistrado chegou a citar que tinha uma reunião marcada com o ministro Paulo Nogueira sobre o relatório, mas que a agenda foi desmarcada pelo ministro, ao ser chamado por Bolsonaro para conversar. “Ele foi proibido de mostrar o laudo que não tinha nenhum problema”, comenta Moraes.

“O presidente estava pressionando ele para que ele escrevesse isso de outra forma”, respondeu Cid. Segundo o tenente-coronel, após a pressão, o texto foi elaborado afirmando que não era possível identificar fraude nas urnas, pois o sistema eletrônico de votação não é auditável, o que já foi desmentido pelo Tribunal Superior Eleitoral.

“Acabou saindo um meio-termo entre o que o presidente queria e o que o ministro Paulo Sérgio fez no trabalho técnico dele”, disse.

Ainda durante a delação, Cid afirmou que, até o último momento, Bolsonaro manteve esperanças de que surgiria “uma prova cabal que houve fraude nas urnas”. O ex-ajudante ressaltou ao ministro Alexandre de Moraes que nem ele acreditava na versão. “Se o senhor pegar todas as minhas mensagens antigas, vai perceber que eu falava que não encontrou fraude”, declarou.

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Last Update: 20/02/2025