O coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, negociou quatro benefícios para colaborar com as investigações sobre o plano de golpe contra a democracia, deflagrado entre 2021 e 2022 pelos aliados de Bolsonaro.

Segundo a delação premiada, cujo teor foi revelado por decisão do ministro Alexandre de Moraes, que levantou o sigilo nesta quarta (19), a defesa de Cid solicitou o perdão judicial ou a pena máxima de até 2 anos de prisão para o delator.

Além disso, Cid quer a devolução de bens e valores apreendidos no curso das investigações, proteção policial e a extensão dos benefícios para sua família (pai, filha e esposa).

Uma das cláusulas, no entanto, já foi esvaziada: o pedido para que os atos da colaboração fossem mantidos em sigilo.

Confira, abaixo, trecho da delação premiada que fala das contrapartidas negociadas pela delação:

DOS BENEFÍCIOS PLEITEADOS PELO COLABORADOR:
I – Perdão Judicial ou pena privativa de liberdade não superior a 2 (dois) anos;
II – Restituição de bens e valores pertencentes ao COLABORADOR apreendidos;
III – Extensão dos beneficies para pai, esposa e filha maior do COLABORADOR, no que for compatível;
IV – Ação da Polícia Federal visando garantir a segurança do COLABORADOR e seus familiares, bem como medidas visando garantir o sigilo dos atos de colaboração.

O papel do pai de Mauro Cid

De acordo com a delação premiada, obtida integralmente pelo GGN, o pai de Mauro Cid, Lourena Cid, teve participação em relação a valores em espécie entregues a Jair Bolsonaro:

Entrega de dinheiro em espécie: Em um evento da APEX em Brasília, Lourena Cid trouxe cerca de U$ 10 mil (dez mil dólares) em espécie e entregou a Jair Bolsonaro por meio de Mauro Cid.

Entrega de dinheiro em Miami: No final de fevereiro de 2023, quando Jair Bolsonaro visitou Lourena Cid em Miami, nos Estados Unidos, Lourena Cid entregou ao ex-presidente a quantia de U$ 20 mil (vinte mil dólares) em espécie. O dinheiro foi entregue em mãos a Osmar Crivelatti, assessor que acompanhava Jair Bolsonaro.

Recuperação de bens vendidos no exterior: Lourena Cid atendeu a um pedido de seu filho, Mauro Cid, para auxiliar na recuperação de bens que foram vendidos no exterior, mas não tinha ciência da origem desses bens. Nem Mauro Cid, nem seu pai, ficaram com nenhuma quantia negociada da venda desses bens.

Este texto foi escrito com auxílio de I.A. e revisado por um editor do Jornal GGN.

Leia também:

Categorized in:

Governo Lula,

Last Update: 19/02/2025