Rogério comenta denúncia contra Bolsonaro e alerta para gravidade das acusações

O líder do PT no Senado, Rogério Carvalho (PT-SE), concedeu entrevista à Rádio Fan FM, de Aracaju, nesta quarta-feira (19/2), e comentou a repercussão da denúncia formal apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e um grupo de aliados.

O documento aponta que Bolsonaro liderou uma organização criminosa com o objetivo de perpetuar um “projeto autoritário de poder” e praticou atos nocivos contra a democracia, incluindo uma tentativa de golpe de Estado.

Carvalho destacou que a denúncia do procurador-geral da República, Paulo Gonet, possui embasamento sólido e está dominando os meios de comunicação. Segundo ele, além da gravidade das acusações, cresce a especulação sobre a possibilidade de fuga de Bolsonaro.

“A repercussão é grande porque a denúncia feita pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, é muito consistente. Hoje, a denúncia está dominando os meios de comunicação, mas, além disso, cresce a especulação sobre a possibilidade de fuga de Jair Bolsonaro”, alertou.

Ainda segundo o líder do PT no Senado, o documento da PGR apresenta uma trama centralizada e comandada pelo ex-presidente, revelando seu papel como líder de uma operação para atentar contra o Estado Democrático de Direito. “A denúncia apresenta uma trama bem articulada, centralizada e comandada, com Bolsonaro no centro de toda essa operação para dar um golpe de Estado. O impacto disso continuará reverberando nos próximos dias, pois a situação de Bolsonaro e dos demais envolvidos é grave”, afirmou.

Organização criminosa e tentativa de golpe de Estado
Rogério ressaltou, ainda, que as provas apontam para um esquema que envolvia diferentes núcleos operacionais, incluindo o planejamento da morte de lideranças políticas e a articulação do ataque de 8 de janeiro. “Se considerarmos que eles chegaram a planejar a morte do presidente, do vice-presidente e do presidente do TSE, além da organização de núcleos para fuga e para a execução do ataque de 8 de janeiro, fica claro que estamos lidando com uma organização criminosa”, disparou.

“Mais do que isso, há a tentativa de promover um golpe de Estado”, acrescentou.

Ele também lembrou que já havia tratado dessa questão na CPI do 8 de Janeiro, alertando para os riscos que agora se concretizam na denúncia da PGR. “O conjunto das evidências está bem apresentado, e isso gerará intenso debate. Na CPI do 8 de Janeiro, eu já havia tratado desse assunto com uma abordagem muito semelhante à que agora se confirma”, comentou.

Para o parlamentar, cabe agora ao STF decidir se aceita a denúncia, o que pode levar à instauração de um processo formal contra Bolsonaro e os demais acusados. Diante da gravidade do caso e do risco de fuga, o senador defendeu medidas para garantir que os envolvidos respondam à Justiça. “É fundamental que se garanta que os acusados respondam ao processo de acordo com o devido processo legal”, apontou.

Histórico e impacto da investigação
Rogério Carvalho também desmentiu alegações de que a denúncia seria uma retaliação política ou algo repentino, ressaltando que a investigação já dura mais de dois anos e que Bolsonaro deixou o Brasil antes da posse de Lula. “A denúncia contra Bolsonaro não surgiu do nada. Essa investigação já dura mais de dois anos. O ex-presidente deixou o Brasil antes da posse do presidente Lula, então não procede a alegação de que essa denúncia é repentina ou oportunista”, reforçou.

O senador ainda comparou a atual tentativa de golpe com os eventos da ditadura militar de 1964, que resultaram em perseguições, torturas e mortes. “A ditadura de 1964 mostrou as consequências de golpes: milhares de pessoas foram desaparecidas, torturadas e mortas. Recentemente, tive contato com o promotor Elias Pinheiro, que foi vítima desse período sombrio. Os crimes da ditadura foram reais e marcaram a história do país”, destacou,

“Eu mesmo fui vítima de um dos acusados, o general Braga Netto. Ele ordenou que o Exército me espionasse no meu estado durante a CPI da Covid, monitorando meus hábitos e rotina – exatamente como se fazia em 1964”, concluiu.

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