
A fraude financeira cometida pelo presidente da Argentina, Javier Milei, resgatou um caso semelhante, mas sem a mesma repercussão, no Brasil. Poucos antes do escândalo no país vizinho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) divulgou a Patriota Coin, uma moeda digital que surgiu com inspirações bolsonaristas.
A criptomoeda, lançada em fevereiro, teve uma valorização meteórica após a divulgação do parlamentar em suas redes sociais, mas logo entrou em queda livre, gerando preocupações sobre os riscos de investimentos em ativos voláteis. Após uma alta inicial, a Patriota Coin teve uma desvalorização de 44% apenas na última semana.
A ação de Eduardo faz parte de uma estratégia de aliados de Bolsonaro para descredibilizar o Drex, moeda digital que será lançada pelo Banco Central. Eles tentam usar o tema para criar uma nova “crise do Pix” contra o governo Lula, ignorando que o projeto foi desenvolvido na gestão de Roberto Campos Neto, indicado pelo ex-presidente.
Divulgada por Eduardo em 1º de fevereiro, a moeda, classificada como uma “memecoin” (moeda meme), não tem lastro real e é baseada em especulação e no engajamento de comunidades em torno de um tema. No caso da Patriota Coin, o vínculo é com ideais bolsonaristas, como “liberdade” e “patriotismo”.
“É interessante ver iniciativas brasileiras ganhando espaço nesse setor, especialmente com o desenvolvimento de soluções tecnológicas e IA (inteligência artificial)”, escreveu o “filho 03” do ex-presidente na ocasião.
Já havido lido o livro do Prof. Fernando Ulrich “BITCOIN, A MOEDA NA ERA DIGITAL” durante a pós graduação que fiz no Instituto Mises Brasil. Daí tenho acompanhado cada vez mais o mercado de criptoativos e conheci o projeto da @PatriotaCoin
É interessante ver iniciativas… pic.twitter.com/899gCLTNhS
— Eduardo Bolsonaro🇧🇷 (@BolsonaroSP) February 1, 2025
No mesmo dia em que endossou a Patriota Coin, Eduardo se dedicou a falar sobre o Drex. “(As cripto) representam liberdade, o dinheiro fica no seu bolso e não tem como um presidente ou um Banco Central desvalorizar o suor do seu trabalho. Além do mais, facilitação de transações internacionais, transferência sem pagar taxa. Tem muito benefício, muita coisa boa, eu quero estimular o brasileiro a ter esse debate principalmente para contrapor o Drex”, afirmou.
Também bolsonarista, a deputada Julia Zanatta (PL-SC) abriu um abaixo-assinado contra o Drex, alegando que a moeda digital permitiria ao BC monitorar as movimentações financeiras dos brasileiros de forma “invasiva”. “Cada movimento seu será rastreado, e bastará um clique para bloquearam sua conta ou sumirem com seus recursos”, diz o texto da campanha.
O Banco Central, no entanto, nega que o Drex represente uma ameaça à privacidade ou à liberdade financeira. A instituição afirma que a moeda digital não substituirá o Pix ou a moeda física, mas funcionará como uma plataforma para transações financeiras digitais, como pagamentos e contratos.
As transações seguirão os mesmos padrões de privacidade já existentes em operações como Pix e cartão de crédito.
Já a Patriota Coin, que atraiu mais de R$ 2 milhões em investimentos em suas primeiras 24 horas, hoje vale menos da metade desse valor. A volatilidade extrema das “memecoins” é conhecida no mercado, com casos como o da SQUID, baseada na série “Round 6” da Netflix, que caiu de US$ 2,8 mil para US$ 0,0007 em minutos.
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