
A revista norte-americana The National Interest relata que a Ucrânia, que durante o governo de Joe Biden recebeu amplo apoio da Casa Branca, agora terá que aceitar as decisões tomadas pelos líderes da Rússia e dos EUA sobre o conflito armado.
Segundo a publicação, altos funcionários da administração Trump já indicaram que Kiev deve se preparar para fazer concessões territoriais e aceitar que não será admitida na OTAN.
“A administração Trump deixou claro: estão negociando o fim da aparentemente interminável guerra na Ucrânia sem a participação dos ucranianos”, ressalta a revista.
O artigo também aponta que a Ucrânia já foi derrotada no conflito com a Rússia. De acordo com a análise, a melhor saída para Kiev seria um acordo de paz, abrindo mão de certos territórios, para evitar uma derrota completa no campo de batalha.
“Muitos não vão querer ouvir isso. Mas, considerando o curso da guerra, sem negociações, os russos acabarão derrotando os ucranianos no front”, enfatiza a publicação.
Antes disso, os presidentes da Rússia e dos EUA, Vladimir Putin e Donald Trump, mantiveram uma conversa telefônica de quase uma hora e meia.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, informou que os líderes discutiram o intercâmbio de cidadãos russos e norte-americanos, além da situação na Ucrânia. Ele destacou que Washington continua sendo o principal interlocutor de Moscou na busca por uma solução para o conflito.
O presidente francês, Emmanuel Macron, reunirá “os principais países europeus” em Paris na segunda-feira (17), para discussões sobre “segurança europeia”, confirmou o chefe da diplomacia francesa, Jean-Noël Barrot. O objetivo principal do encontro é falar sobre a situação na Ucrânia, que completa este mês três anos de guerra contra a Rússia.
Essa reunião ocorrerá um dia após o encerramento da Conferência de Segurança de Munique, na Alemanha, que foi marcada por um discurso crítico do vice-presidente dos EUA, J.D. Vance, em relação à União Europeia. Durante sua fala, Vance acusou o bloco de não respeitar a “liberdade de expressão” e confirmou que os Estados Unidos estavam considerando negociações sobre a situação na Ucrânia sem a participação dos europeus.
O ministro francês Jean-Noël Barrot reforçou neste domingo que “somente os ucranianos podem decidir parar de lutar, e nós os apoiaremos até que tomem essa decisão”. Ele destacou ainda que os ucranianos “nunca desistirão até terem certeza de que a paz oferecida será duradoura e acompanhada de garantias de segurança”. Segundo Barrot, são os países europeus que fornecerão essas garantias, e “sim, os europeus estarão envolvidos de uma forma ou de outra nas discussões” para o fim do conflito.