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O banqueiro André Esteves, um dos nomes mais influentes do capitalismo financeiro brasileiro, defendeu o governo dos Estados Unidos, de Donald Trump, em entrevista ao Valor Econômico, ao falar sobre os planos da extrema-direita para transformar a Faixa de Gaza em um “ponto turístico”.
Esteves elogiou as ideias do presidente estadunidense para a região, fazendo uma piada ao sugerir a construção de um resort de luxo no local. “Imagina, vamos passar férias aqui no Four Seasons Faixa de Gaza”, brincou.
Para ilustrar sua visão, Esteves comparou o cenário internacional a um filme de faroeste, sugerindo que Trump seria como um xerife que impõe ordem em um “saloon” (espécie de bar típico do Velho Oeste americano) bagunçado.
“Acho que, quando o saloon está muito bagunçado, quando entra alguém assim com uma estrela no peito, a coisa tende a se acalmar”, disse Esteves, referindo-se ao estilo agressivo de Trump na política externa.
O fundador do BTG Pactual afirmou que a administração republicana estava “perfeita”, exceto por uma “estragadinha”: as tarifas comerciais.
As declarações de Esteves geraram reações negativas, especialmente por minimizarem questões graves como a política de Trump em relação ao conflito israelense-palestino. O presidente dos EUA tem apoiado ações que configuram crimes contra a humanidade, como limpeza étnica e apropriação de território na região.
Sua administração foi marcada por tensões com aliados históricos, como o Canadá, e por ataques às instituições estadunidenses, incluindo a tentativa de golpe de Estado em 6 de janeiro de 2021.
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O plano de Trump para Gaza
Donald Trump propôs transformar Gaza em uma “Riviera no Oriente Médio”, despertando críticas pela desconexão com a realidade do conflito na região.
A ideia sugere a reconstrução da Faixa de Gaza como um destino de luxo, associada à remoção dos palestinos para países vizinhos. Especialistas apontam que a proposta ignora a complexidade histórica e política envolvida.
A visão do presidente dos EUA se alinha à de seu genro, Jared Kushner, que tem fortes interesses financeiros na região. Sua empresa, Affinity Partners, arrecadou US$ 4,5 bilhões de fundos soberanos da Arábia Saudita, Catar e Emirados Árabes Unidos. Além disso, Kushner investiu em empresas israelenses do setor militar, incluindo uma construtora de navios de guerra usados no conflito em Gaza.
Trump e Kushner também possuem empreendimentos de luxo no Oriente Médio. Em Omã, a família do republicano licenciou sua marca para um resort e campo de golfe financiados por investidores sauditas.
A ideia de transformar Gaza em um polo turístico é vista por críticos como uma tentativa de lucrar com a destruição da área. Durante um evento em Harvard, em 2024, Kushner afirmou que “imóveis construídos na região poderiam ser muito valiosos”, sugerindo que Israel deveria deslocar os palestinos para permitir esse desenvolvimento. A declaração gerou forte reação negativa.
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