O comércio varejista brasileiro fechou 2024 com crescimento de 4,7%, a maior alta desde 2012, quando o avanço foi de 8,4%. Os dados são da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada pelo IBGE nesta quinta-feira (13). Apesar do crescimento expressivo no acumulado do ano, dezembro apresentou variação negativa de 0,1% em relação a novembro, um resultado considerado estável.
Segundo Cristiano Santos, gerente da pesquisa, esse desempenho mostra uma estabilização após o recorde atingido em outubro. “Um aspecto importante sobre o varejo restrito na perspectiva anual é de que, na margem, viemos de dois meses de estabilidade (novembro e dezembro). No entanto, vale lembrar que essa estabilidade sustenta um patamar recorde que foi atingido em outubro de 2024, ou seja, é uma estabilidade na alta”, explicou.
Setores em alta e em queda
O crescimento de 4,7% foi impulsionado por setores de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (14,2%), veículos e motos, partes e peças (11,7%) e outros artigos de uso pessoal e doméstico (7,1%). Já materiais de construção cresceram 4,7%, enquanto hipermercados, supermercados e produtos alimentícios avançaram 4,6%.
O setor farmacêutico foi o grande destaque. “É a única atividade a sustentar oito anos de crescimento contínuo. Nesse caso, ambos os subsetores cresceram ao longo de 2024: tanto o de produtos farmacêuticos em si quanto o de perfumaria e cosméticos”, disse Santos.
Por outro lado, três atividades tiveram queda em 2024: livros, jornais, revistas e papelaria (-7,7%), atacado especializado em produtos alimentícios, bebidas e fumo (-7,1%) e combustíveis e lubrificantes (-1,5%). O segmento de papelaria, por exemplo, segue acumulando quedas nos últimos anos devido à digitalização do setor. “O segmento de Livros, jornais, revistas e papelaria já vem acumulando quedas há alguns anos, a última alta foi em 2022. Isso está relacionado ao crescente processo de digitalização de parte de seus produtos. O que vem sustentando essa atividade é o livro didático”, observa o gerente.
Desempenho regional e perspectivas
A análise por estados mostrou que, de novembro para dezembro, 20 das 27 unidades da federação registradoras caíram nas vendas. O Amapá teve o pior desempenho (-9,3%), seguido pelo Espírito Santo (-6,2%) e Roraima (-5,5%). Já entre os estados com crescimento, os destaques foram Distrito Federal (4,5%), Rio de Janeiro (2,9%) e Pernambuco (1,4%).
No comércio varejista ampliado, que inclui veículos, motos e materiais de construção, o crescimento foi de 4,1% no ano. No entanto, dezembro teve queda de 1,1% em relação a novembro.
A próxima divulgação da PMC, com os dados de janeiro de 2025, está programada para 14 de março. O setor segue observando os desdobramentos do cenário econômico para avaliar o comportamento das vendas nos próximos meses.
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com informações do IBGE