A tarifa de 25% sobre importações de aço anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pode impactar as exportações brasileiras do setor.

Estimativas do departamento de pesquisas econômicas do Bradesco apontam uma possível queda de até US$ 700 milhões nas exportações de aço do Brasil para o mercado norte-americano.

O Brasil exporta anualmente cerca de US$ 4,1 bilhões em produtos siderúrgicos para os EUA, correspondendo a aproximadamente 5,8 milhões de toneladas.

Esse volume equivale a 60% das exportações brasileiras de aço. A tarifa entrará em vigor em 12 de março, encerrando cotas e isenções anteriormente concedidas ao setor.

De acordo com o economista Rafael Murrer, do Bradesco, o impacto pode ser parcialmente mitigado devido à natureza dos produtos exportados, majoritariamente semiacabados, utilizados como insumos pela indústria dos EUA, o que pode resultar em uma menor elasticidade-preço da demanda.

Atualmente, 20% do consumo de aço nos EUA depende de importações, com o Brasil sendo o segundo maior fornecedor.

Além do aço, o alumínio também será afetado pela tarifa de 25%. As exportações brasileiras desse metal para os EUA somam cerca de US$ 200 milhões anuais, com impacto menor sobre a balança comercial, mas podendo gerar perdas pontuais.

O estudo do Bradesco também considera um cenário em que as tarifas sejam ampliadas para outros setores, o que elevaria a tarifa média de importação dos EUA de 2,2% para 11,3%.

Nesse contexto, as exportações brasileiras poderiam sofrer perdas de até US$ 2 bilhões, além de uma desvalorização cambial estimada em 1,5% e impacto marginal na inflação medida pelo IPCA.

O governo brasileiro avalia medidas diplomáticas para reduzir os efeitos da tarifa sobre o setor siderúrgico, considerando a relevância do aço semiacabado brasileiro para a indústria norte-americana.

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Last Update: 13/02/2025