A Universidade de São Paulo (USP) intensificou a ofensiva contra o professor de Direito Alysson Mascaro, alvo de um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) com base em acusações anônimas de teor sexual. As supostas denúncias, divulgadas pelo site The Intercept, teriam sido feitas por alunos e ex-alunos de maneira não identificada e jamais resultaram em qualquer acusação formal dentro da USP ou de outras instituições onde Mascaro atuou, como a Universidade Presbiteriana Mackenzie.

O professor, que lecionava na Faculdade de Direito do Largo São Francisco, foi afastado de suas funções na esteira de um decreto do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), representante da extrema direita, que permitiu afastamentos cautelares antes mesmo da conclusão de qualquer apuração interna, que contrariando princípios elementares do direito, retroagiu para prejudicar o docente da USP. A defesa de Mascaro nega categoricamente as acusações e denuncia uma campanha de difamação orquestrada, apontando a ausência de provas concretas e o caráter anônimo dos relatos.

A investida contra Mascaro ocorre em uma conjuntura preocupante para a liberdade acadêmica e os direitos democráticos no Brasil. The Intercept, veículo responsável por tornar públicas as denúncias, pertence ao bilionário Pierre Omidyar e, embora tenha o jornalista norte-americano Gleen Greenwald entre um de seus três fundadores, este demitiu-se do portal em 2020 devido a intervenção imperialista na edição do sítio, que, na ocasião, impediu o jornalista de publicar artigos críticos a Joe Biden.

Omydar, por sua vez, é nome amplamente ligado ao aparato de influência norte-americano e ao financiamento de movimentos desestabilizadores em diversos países. Assim, o sítio, que se apresenta como progressista, é, na realidade, um instrumento da propaganda imperialista, sendo também bancado por ONGs como a fundação Open Society, do banqueiro George Soros.

A caça às bruxas dos identitários contra Mascaro não se trata de um caso isolado. Recentemente, outras personalidades também foram alvos de campanhas semelhantes, como o sociólogo português Boaventura de Sousa Santos e o ex-ministro dos Direitos Humanos Silvio Almeida. Essa tendência indica que a onda de cerceamento intelectual e perseguição política continua.

O fato de a perseguição ocorrer dentro da Faculdade de Direito do Largo São Francisco, um dos principais redutos da formação jurídica do Brasil, é especialmente alarmante. Mais do que um ataque a Mascaro, esse episódio representa um atentado contra os direitos democráticos de toda a população.

Ao permitir que docentes sejam alvo de perseguição baseada em acusações anônimas e sem qualquer comprovação, a USP abre precedentes para um processo de expurgo ideológico na universidade. Trata-se da aplicação de uma estratégia de censura e repressão travestida de justiça moral.

É preciso rejeitar com veemência essa ideologia divisionista, que, longe de fortalecer os trabalhadores e os setores oprimidos da sociedade, serve apenas para confundir a população e impedir uma ação política efetiva contra os verdadeiros opressores. A defesa de Mascaro não é apenas a defesa de um professor perseguido, mas a defesa dos direitos democráticos contra a barbárie defendida pelos identitários e os fascistas reais, que tentam fazer o mundo voltar à Idade Média.

Categorized in:

Governo Lula,

Last Update: 13/02/2025