O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira, 12, que conversou por telefone com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e que ambos concordaram em iniciar “imediatamente” negociações para o fim do conflito na Ucrânia.

Pouco após o anúncio, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, também declarou ter falado com Trump sobre oportunidades para alcançar a paz. “A conversa correu muito bem. Ele, como o presidente Putin, quer fazer paz”, afirmou Trump.

O presidente dos EUA descreveu a ligação com Putin como “altamente produtiva” e indicou um tom amistoso no diálogo. Segundo o Kremlin, a conversa entre os dois chefes de Estado durou aproximadamente uma hora e meia.

“Acabei de ter uma longa e altamente produtiva conversa telefônica com o presidente Vladimir Putin, da Rússia. Cada um de nós falou sobre as forças de nossas respectivas nações e os grandes benefícios que, um dia, teremos ao trabalhar juntos. Mas primeiro, como ambos concordamos, queremos parar os milhões de mortes que estão acontecendo na guerra entre Rússia e Ucrânia. O presidente Putin até usou meu forte lema de campanha: ‘SENSO COMUM’. Concordamos que nossas equipes iniciarão negociações imediatamente e começaremos ligando para o presidente Zelensky, da Ucrânia, para informá-lo sobre a conversa — algo que farei agora mesmo”, afirmou Trump.

O Kremlin confirmou a conversa e informou que Putin convidou Trump para visitar Moscou para discutir os termos do possível acordo.

“O presidente russo convidou o presidente dos EUA para visitar Moscou e expressou sua prontidão em receber autoridades americanas na Rússia nas áreas de interesse mútuo, incluindo, é claro, o tópico de um acordo em relação à Ucrânia”, declarou o porta-voz Dmitri Peskov.

A última conversa de Putin com um presidente dos EUA em exercício havia ocorrido em fevereiro de 2022, quando dialogou com Joe Biden antes de ordenar o envio de tropas para a Ucrânia.

A comunicação entre Trump e Putin aconteceu no mesmo dia em que os EUA e a Rússia realizaram uma troca de prisioneiros. Os russos libertaram o professor Marc Fogel, enquanto os americanos liberaram um cidadão russo.

Ainda nesta quarta-feira, o novo secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, afirmou que não considera realista um retorno da Ucrânia às suas fronteiras anteriores ao conflito. Ele também descartou a incorporação de Kiev à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

Zelensky afirmou que, em sua conversa com Trump, foram discutidas as “capacidades tecnológicas” da Ucrânia, incluindo a produção de drones, sugerindo um possível acordo de cooperação militar com os EUA para reforçar a segurança do país.

“Ninguém quer a paz mais do que a Ucrânia”, declarou Zelensky. “Junto com os EUA, estamos mapeando nossos próximos passos para deter a agressão russa e garantir uma paz duradoura e confiável. Como disse o presidente Trump, vamos fazer isso.”

Na semana anterior, Zelensky havia indicado a possibilidade de aceitar um acordo proposto por Trump envolvendo troca de ajuda militar dos EUA por terras-raras, recursos minerais valiosos encontrados no território ucraniano.

Durante a campanha eleitoral, Trump criticou a política de Joe Biden em relação à guerra na Ucrânia e prometeu que, caso eleito, encerraria o conflito em 24 horas. Especialistas apontam que o republicano mantém um posicionamento diplomático mais próximo de Putin.

Com informações do G1

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Last Update: 12/02/2025