Workshop do Centro de Pesquisa e Formação do SESC, “Memorial antigo Doi-Codi: o museu-memorial que queremos”, acontecerá no próximo sábado, dia 15 de fevereiro.

O evento começa às 10h30 se estendendo até às 18h00, na rua Dr. Plínio Barreto, 285, 4º andar, Bela Vista, em São Paulo.

O foco deste workshop é debater com um público diversificado e amplo para conseguir chegar a um consenso sobre ‘qual museu-memorial queremos’. O escolhido será montado e instalado naqueles mesmos edifícios históricos do nosso país.

Durante o evento acontecerão diversos debates para análise e reflexão dos presentes, para que possam aprofundar qual seria a melhor opção e maneira de construir as diretrizes para o futuro museu-memorial no antigo DOI-CODI. 

O edifício carrega uma grande e trágica história. No ano passado, foi reconhecido como Ponto de Memória pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), sendo um complexo arquitetônico onde funcionou o DOI-Codi do II Exército.

Já entre os anos de 1969 e 1976, pelo menos 7 mil pessoas foram presas naquele mesmo local, sendo torturadas e mortas. 78 pessoas foram executadas por ação dos agentes militares; 38 sob tortura no DOI-Codi; 22 executadas em operações de rua; e 18 em outros centros clandestinos de tortura, como a Casa da Morte, em Petrópolis, a Casa de Itapevi, conhecida como Boate, e o Sítio 31 de Março. 

O prédio chegou a ser tombado em janeiro de 2014, pelo CONDEPHAAT – Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado, com a recomendação de que ali fosse criado um Memorial, em homenagem a essas  vítimas.

Já em junho de 2021, o Ministério Público de São Paulo entrou com uma Ação Civil Pública, na 14.a Vara da Fazenda Pública, pedindo a transferência dos prédios da Secretaria de Segurança Pública para a Secretaria de Cultura, dando início ao processo de criação de um Centro de Memória. 

Naquele mesmo ano, houve uma audiência de conciliação onde o governo de São Paulo pediu um prazo de 90 dias para apresentar uma contraproposta. Coisa que até hoje não aconteceu.

Saiba os detalhes da programação: 

  1. 10h30 às 11h15 – Mesa de abertura – A luta pela “obrigação de fazer” o Memorial Doi-Codi. 

A abertura terá a participação de Eduardo Valério, membro do Ministério Público do Estado de São Paulo, Procurador de Justiça Criminal, ex-Promotor de Justiça de Direitos Humanos de São Paulo; Maurice Politi, fundador e diretor administrativo do Núcleo de Preservação da Memória Política, ex-preso político e assessor do Ministério de Direitos Humanos (2009-2011); Flávio de Leão Bastos Pereira, representante do Núcleo da Memória da Comissão de Direitos Humanos da OAB, doutor em Direito, com pós-doutorado em Direitos Humanos, membro convidado para criação da Comissão Nacional Indígena da Verdade (MPF, UNB, ITR e APIB). 

2. 11h15 às 13h00 – Experiências de musealização de lugares de memória das ditaduras – Argentina, Chile e Brasil.

• A intervenção arquitetônica na instalação do Museo Sítio de Memória ex-Esma (Argentina) Com Mayki Gorosito, diretora executiva do Museo Sitio de Memória ESMA, liderou o processo de incorporação do Museo Sitio à lista do Patrimonio Mundial da UNESCO e do Patrimônio Cultural do MERCOSUL. 

• Apropriação e legitimidade na criação e gestão coletiva do Londres 38 – Espacio de Memórias (Chile) Com Macarena Silva, coordenadora e gestora administrativa do Londres 38, Espacio de Memórias, arquiteta, com formação em antropologia e patrimônio, é coautora do projeto do memorial e das pesquisas associadas a lugares de memória. 

• Novo Plano Museológico do Memorial da Resistência: um balanço nos 16 anos de sua inauguração Com Ana Motta Pato, curadora, pesquisadora e diretora técnica do Memorial da Resistência de São Paulo, doutora em Arquitetura e Urbanismo pela FAU-USP e mestre em Artes Visuais pela Faculdade Santa Marcelina. 

3. 13h às 14h30 – Intervalo para almoço 

4. 14h30 às 14h50 – Apresentação do Projeto Fotográfico “Nos silêncios do passado presente resistem os gritos desaparecidos”.

Com o fotógrafo, historiador, mestre em história social pela PUC- SP e pesquisador do Centro de Pesquisa e Formação do Sesc São Paulo,  Eder Martins. 

5. 14h50 às 17h – Apresentação e construção da Proposta das Mesas de Trabalho do Workshop.

Com a participação de Deborah Neves, historiadora, pesquisadora de pós doutorado da Unifesp, coordenadora do Ponto de Memória GT Memorial DOI-Codi, doutora em História e especialista em patrimônio cultural 

6. Mesas de Trabalho dos Programas Museológicos: 

Acervo – Mediação: Júlia Gumieri 

Espaço – Mediação: Renato Cymbalista 

Museografia – Mediação: Marília Bonas 

Educativo – Mediação: Aureli Alcântara 

7. 17h às 18h – Apresentação dos Resultados das Mesas de Trabalhos 

8. 18h – Encerramento

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Last Update: 12/02/2025