Lideranças do PT afirmaram que o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, tenta “forçar” sua própria demissão com as declarações sobre anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro.
Durante entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, Múcio defendeu diferenciar as penas dos bolsonaristas condenados pelos atos antidemocráticos.
“Tem todo tipo, você não pode condenar uma pessoa da mesma pena, quem armou, quem financiou e quem foi lá encher o movimento. Isso é uma decisão que pertence ao Congresso Nacional”, disse o ministro.
“Devia ter uma dosimetria, tem gente que quebrou uma cadeira, tem gente que armou esse movimento, se for tudo comprovado que este pague, se for um golpe, que este pague”, acrescentou.
No #RodaViva, o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, responde sobre os ataques do dia 8 de janeiro de 2023.
Ao ser questionado se o plano golpista foi organizado por líderes das forças militares, José diz que esteve presente no dia e não os viu. pic.twitter.com/B76SFmPZrb
— Roda Viva (@rodaviva) February 11, 2025
Petistas ouvidos pela coluna de Igor Gadelha, do Metrópoles, ressaltaram que Múcio pediu ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no final do ano passado, para deixar o cargo. No entanto, o ministro decidiu permanecer no posto após apelo de Lula.
“Nós nos esforçamos para fechar, mas Múcio abriu a tampa do esgoto. E dele emergiram fascistas defendendo com uma ênfase ainda maior a anistia de golpistas que atentaram contra a democracia e as instituições em 8 de janeiro. Uma vergonha”, afirmou o advogado Marco Aurélio de Carvalho, filiado ao PT e coordenador do Prerrogativas.
Carvalho destacou que declarações de Múcio já começaram a ser usadas “por aqueles que tentaram derrubar o governo que ele próprio integra”, em referência a aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
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