O Ministério Público de São Paulo determinou a abertura de inquérito contra a Prefeitura de São Paulo por suspeitas de irregularidades em uma obra de canalização de um córrego no Jardim Pantanal, zona leste da capital.

O órgão acolheu uma notícia de fato encaminhada pelo deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) que aponta supostas irregularidades em uma obra de emergência de contenção da margem do córrego Lajeado, da subprefeitura de Itaim Paulista.

Segundo o MP, nos contratos formalizados pela Prefeitura de agosto de 2021 a junho de 2022 constam indícios de favorecimento de empresas ligadas ao prefeito Ricardo Nunes (MDB), dispensa de licitação e formação de cartel, em razão da concentração das contratações em um mesmo grupo de empresas. O MP ainda menciona indícios de sobrepreço e superfaturamento.

Um dos contratos firmados no período, inclusive, é alvo de apuração pelo Tribunal de Contas do Município.

O inquérito corre desde o dia 19 de dezembro, segundo ofício assinado pela 6ª Promotora de Justiça do Patrimônio Público e Social da Capital, Karyna Mori. No dia 5 de fevereiro, Boulos recebeu a notificação do procurador-geral de Justiça, Paulo Sérgio Oliveira e Costa, mas só a divulgou nesta terça-feira 11.

Os moradores do Jardim Pantanal chegaram a ficar mais de uma semana embaixo d’água após as fortes chuvas que atingiram a capital paulista. O prefeito Ricardo Nunes declarou não ver saída para as enchentes no loca e chegou a defender a oferta de um auxílio pela Prefeitura para que as famílias deixassem a localidade.

Nunes reafirmou que a prefeitura tem projeto para a construção de um dique em toda a área do Jardim Pantanal, mas que o custo de 1 bilhão de reais é impeditivo e vai contra a força da natureza.

A reportagem de CartaCapital questionou a Prefeitura sobre o caso, mas ainda não obteve retorno. O espaço para manifestação segue aberto.

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Last Update: 11/02/2025