A magistrada Ana Carolina Santana, da Justiça de Pernambuco, quebrou o protocolo durante a leitura de uma sentença no Tribunal do Júri.
No julgamento, o réu foi condenado a 32 anos de prisão por feminicídio, Além das medidas ordinárias do júri, a juíza leu uma carta à vítima.
Ao som de uma composição do pianista Frédéric Chopin, ela leu o documento dirigido à mulher, dizendo que a vítima “não teve culpa de nada que aconteceu”. “Você foi absolvida”, prosseguiu a juíza.
“Assim como no primeiro julgamento desse processo, não foi fácil para mim, mais uma vez, ouvir seu pedido de socorro. Penso nos seus filhos, nos seus quatro filhos, dos quais você tanto se orgulhava de sustentar sem ajuda de nenhum homem”, diz um trecho da carta.
“Eu sou magistrada há oito anos. Já presidi alguns tribunais do júri, já condenei muita gente, já apliquei penas até maiores que a aplicada no primeiro julgamento desse processo. Mas nenhum processo precisou ser refeito.”
De acordo com a magistrada, o processo foi marcado por uma série de tentativas de desqualificar a vítima.