Cresce a desaprovação a Milei na Argentina, mas a oposição tem pouco a comemorar; entenda

Um pesquisa AtlasIntel divulgada nesta terça-feira 11 mostra que a desaprovação ao presidente da Argentina, Javier Milei, cresceu 4,5 pontos percentuais entre dezembro e janeiro e chegou a 49,9%, enquanto a aprovação oscilou 0,6 ponto para baixo e atingiu 46,8%. Poderia ser uma boa notícia para os adversários do ultradireitista, mas os peronistas vivem uma crise de grandes proporções.

A percepção sobre o governo manteve a direção registrada desde novembro, com 45% de avaliações negativas, 42% de positivas e 12% de regulares.

Milei, contudo, tem uma imagem positiva para 55% dos argentinos, segundo o levantamento. Outros 41% dizem manter uma imagem negativa do ultraliberal e 4% não sabem responder.

Os números também ilustram o dramático cenário enfrentado pela oposição, com lideranças profundamente desgastadas. Mesmo um promissor expoente do peronismo, o governador da província de Buenos Aires, Axel Kicillof, aparece com 60% de rejeição. Esse índice é de 64% para o ex-ministro Sergio Massa, de 62% para a ex-presidenta Cristina Kirchner e de impressionantes 91% para o ex-presidente Alberto Fernández — este, às voltas com acusações de violência de gênero contra a ex-primeira-dama Fabiola Yáñez.

Nas últimas semanas, Milei não tem poupado esforços para demonstrar fidelidade ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, importando medidas como o enfrentamento a ações que promovem a diversidade e a saída da Organização Mundial da Saúde.

Ainda assim, 47% acreditam que o mandato de Trump terá mais impactos negativos para a Argentina, ante 37% que projetam consequências positivas e 17% que não sabem opinar.

Quase 60% dos argentinos também temem o impacto que as tarifas e a política econômica norte-americana poderão ter na economia da Argentina. Segundo o AtlasIntel, esse dado ajuda a explicar a queda na aprovação de Milei exatamente no período em que ele mais buscou colar sua imagem na de Trump.

E se o republicano decidir taxar produtos argentinos? Para 60%, o governo Milei deveria se voltar para o comércio com vizinhos latino-americanos; para 51%, a Casa Rosada deveria impor tarifas sobre itens norte-americanos, em reciprocidade. As respostas ultrapassam 100% porque os entrevistados podiam escolher mais de uma opção entre as alternativas listadas.

A maior fatia dos argentinos (43%) também acredita que o governo Trump contribuirá mais para debilitar a democracia na América Latina, contra 39% que apostam que o magnata a fortalecerá. Não obstante, 56% defendem que os Estados Unidos usem força militar para derrubar o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.

A AtlasIntel entrevistou 1.748 argentinos adultos entre 27 e 31 de janeiro, pela internet, por meio de Recrutamento Digital Aleatório. A margem de erro é de dois pontos percentuais.

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