O partido do primeiro-ministro social-democrata em fim de mandato, Albin Kurti, venceu as eleições legislativas de domingo 9 no Kosovo. No entanto, com menos de 41% dos votos, segundo a apuração oficial quase completa, o premiê terá de encontrar aliados para formar o governo.
De acordo com os resultados divulgados pela Comissão Eleitoral do Kosovo na noite desta segunda-feira 10, com 99,17% das urnas apuradas, o partido Vetevendosje (Autodeterminação) obteve 41% dos votos, superando o Partido Democrático do Kosovo (PDK, direita, 22,15%) e a Liga Democrática do Kosovo (LDK, centro-direita, 17,59%).
A contagem dos votos restantes pode levar tempo, pois a lei do Kosovo permite que os cidadãos votem mesmo sem documentos de identidade, os quais são posteriormente verificados.
Kurti, de 49 anos, proclamou sua vitória poucas horas depois de fechadas as urnas no domingo. “Sem dúvida, formaremos um governo”, disse ele a apoiadores, embora ainda seja necessário ver qual coalizão será possível.
O papel de Vjosa Osmani, a presidente do Kosovo, será decisivo porque “ela pode autorizar o segundo partido mais forte a formar o governo”, aponta Mazllum Baraliu, um professor especializado no sistema eleitoral.
Dos 20 assentos reservados para a minoria, a Lista Srpska (Lista Sérvia) afirmou ter conquistado dez.
Kurti fez campanha prometendo governar Kosovo “de uma ponta a outra”, incluindo nos territórios com população majoritariamente sérvia.
A oposição, por sua vez, insistiu na situação econômica, com a esperança de unir os insatisfeitos com os anos de Kurti, que foi primeiro-ministro por alguns meses em 2020 e ocupa o cargo de forma contínua desde 2021.
O Kosovo, um país de 1,6 milhão de habitantes que declarou unilateralmente sua independência da Sérvia em 2008, ainda é um dos mais pobres do continente, apesar do crescimento constante nos últimos anos.
De acordo com os últimos dados do Banco Mundial, a taxa de pobreza foi de 19,2% em 2024, e o crescimento é impulsionado principalmente pelo consumo e pelos investimentos em construção, financiados em grande parte pela diáspora.