O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o governo brasileiro não pretende antecipar qualquer reação a declarações de Donald Trump sobre uma possível taxação de 25% sobre as importações de aço e alumínio para os Estados Unidos. A intenção, alega, é aguardar o anúncio oficial do governo norte-americano antes de adotar qualquer posição pública sobre o tema.
Haddad tratou do tema na manhã desta segunda-feira 10, em conversa com jornalistas na entrada da sede Ministério da Fazenda, em Brasília.
“O governo tomou uma decisão de só se manifestar oportunamente com base em decisões concretas, não em anúncios que podem ser mal interpretados, revistos. Então o governo vai aguardar a decisão oficialmente antes de qualquer manifestação”, explicou o ministro.
Haddad também despistou da pergunta sobre se o governo brasileiro poderia retaliar os EUA com a taxação de empresas norte-americanas do setor de tecnologia. Ele pontuou que vai esperar a decisão do presidente Lula (PT) depois das “medidas efetivamente implementadas” pelo governo Trump.
Pouco depois da entrevista, o chefe da Fazenda voltou ao tema, dessa vez nas redes sociais, para desmentir “a informação de que o governo Lula deve taxar empresas de tecnologia se o governo dos Estados Unidos impuser tarifas ao Brasil”.
Recentemente, Lula chegou a dizer que uma eventual taxação norte-americana a produtos brasileiros seria respondida pelo Brasil. “Se ele [Trump] taxar os produtos brasileiros, vou taxar os produtos que são exportados pelos Estados Unidos. Simples, não tem nenhuma dificuldade”, disse Lula, pontuando que iria aplicar a regra de reciprocidade.
A ‘promessa’ de Trump
Determinado a avançar na sua proposta de guerra comercial com outros países do mundo, Trump anunciou, na noite de domingo 9, que os EUA iriam impor tarifas de 25% sobre as importações de aço e alumínio. “Todo aço que chegar aos Estados Unidos terá 25% de tarifas”, afirmou o republicano.
Ainda não há detalhes sobre como ou quando a medida seria implementada, mas Trump prometeu anunciar a taxação “na terça ou na quarta-feira”, que serviria para alinhar os impostos alfandegários de produtos que entram nos EUA.
